Em Santa Catarina, os trabalhadores e trabalhadoras mandaram o recado em todas as regiões do Estado de que não aceitam a Reforma da Previdência com paralisações, rodovias fechadas e grandes atos
Esta sexta-feira, 14 de junho, ficará marcada como mais um dia histórico de luta da classe trabalhadora em todo o Brasil. Em Santa Catarina, os trabalhadores e trabalhadoras mandaram o recado em todas as regiões do Estado de que não aceitam a Reforma da Previdência com paralisações das mais diversas categorias, rodovias fechadas e grandes mobilizações.
A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, avalia com ânimo os resultados deste 14 de junho “As mobilizações dos dias 15 e 30 de maio já davam indícios de que conseguiríamos fazer uma grande greve geral, mesmo assim, nossas expectativas foram superadas. Em todos os cantos de Santa Catarina os trabalhadores e trabalhadoras cruzaram os braços para dizer não à Reforma da Previdência e à todos os ataques que o governo Bolsonaro vem promovendo”.
Esta greve geral foi uma construção unificada da CUT, junto com as outras centrais, o movimento social e os estudantes “Todos e todas serão prejudicados se essa reforma de Bolsonaro for aprovada, por isso, essa é uma luta construída junto com todos aqueles que defendem os direitos dos trabalhadores”.
Do Norte ao Sul de Santa Catarina teve Greve Geral – Para quem acha que no Estado que teve o maior percentual de votos ao atual governo, não se opõe aos feitos de Bolsonaro, está enganado. Em cerca de 20 municípios de todas as regiões catarinenses aconteceram paralisações e atos contra a Reforma da Previdência.
Em Blumenau, os ônibus paralisaram de madrugada e só voltaram a circular às 7h da manhã em apoio à greve geral. Os servidores municipais também estavam em greve. Para protestar contra a Reforma da Previdência aconteceram duas passeatas de manhã pelas ruas centrais da cidade. Com a participação da Batucada Feminista, os militantes cantavam e gritavam palavras de ordem em defesa da aposentadoria e sentaram no chão da rua XV de Novembro, uma das principais do centro da cidade, como um ato de protesto. Na região do Vale também aconteceram mobilizações em Rio do Sul, Itajaí e Itapema.
Só no Oeste, mais de dez municípios tiveram adesões à greve geral, principalmente dos servidores municipais e agricultores. Em todas as cidades abrangidas pelo Sindicato Dos Municipários de Chapecó e Região, os servidores municipais paralisaram contra a Reforma da Previdência.
O Planalto Serrano também se mobilizou contra a Reforma. Mais de 500 trabalhadoras, trabalhadores e estudantes ocuparam e impediram a circulação de veículos o trevo entre as rodovias BR-116 e BR-470, em São Cristóvão do Sul. Apenas veículos de emergência puderam passar pelas barreiras. Em Caçador, Criciúma e Joinville mais atos aconteceram em defesa da previdência dos trabalhadores.
Florianópolis em defesa da Previdência – A capital catarinense amanheceu sem ônibus, sem coleta de lixo, com rodovias trancadas, com postos de saúde, hospitais e algumas escolas paralisadas.
Às 4h da manhã, os dirigentes CUTistas, junto com companheiros de outras centrais, movimentos sociais e estudantes, foram até as garagens das empresas de transporte coletivo da Grande Florianópolis para apoiar à adesão da greve dos motoristas e cobradores e garantir que nenhum ônibus saísse. O transporte paralisou à meia-noite de quinta para sexta e só retornará à meia-noite de hoje. No meio da manhã, bancários fecharam as agências do Banco do Brasil, Santander e Itaú que ficam em volta da Praça XV.
Com a falta de transporte, o centro da cidade ficou quase vazio e muitos estabelecimentos ficaram fechados. Os trabalhadores e estudantes que estavam participando da greve geral começaram a se concentrar a partir das 8h na Praça de Lutas.
Por volta das 13h, os militantes saíram em caminhada a pelas ruas do centro para conversar com os comerciantes sobre a importância de paralisar para defender a previdência. Por onde a passeata passava, as portas do comércio se fechavam.
As atividades da greve na capital encerraram com uma grande ato a partir das 16h. Mais de 30 mil pessoas marcharam pelas ruas de Florianópolis por mais de três horas, ocupando uma faixa da Beira-Mar Norte, passando pela Gama D’eça e encerrando em frente à Catedral. Durante todo o trajeto, os participantes gritavam palavras de ordem em defesa da aposentadoria e contra o governo Bolsonaro.
Fonte: CUT-SC | Escrito por: Pricila Baade | Foto 1: Sandra Werle – FECESC | Foto 2: Pricila Baade – CUT/SC | Foto 3: Silvia Medeiros – Sintrasem