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Bob Marley, considerado o “”Rei do Reggae””, com mais de 200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, morreu em Miami no dia 11 de maio de 1981, 30 anos atrás, mas, apesar das homenagens em todo o mundo, seu legado perde força em seu próprio país.

Os rastafaris de Zâmbia se reuniram em Lusaka para “”celebrar a vida”” do ídolo que se tornou “”a voz dos desfavorecidos”” do mundo inteiro. Sua música “”continua mantendo uma unidade que vai além de credos, raças, cores, fronteiras e culturas””, disse Brian Chengela, diretor da Jah Entrenainment.

Também serão realizadas apresentações transmitidas em programas de rádio ou televisão, como o documentário: “”The Wailers: Catch a Fire””, que mostra os bastidores da gravação deste álbum em 1972.

Trinta anos depois da morte do músico jamaicano, várias correntes musicais “”apareceram a partir dos anos 1950, como o punk e o rock, que continuam existindo””, explica a socióloga e pesquisadora da Universidade de Paris-Sorbonne, Anne Petiau.

Robert Nesta Marley ainda simboliza o protesto, a emancipação e a liberdade para muita gente de diferentes crenças, inclusive jovens, que descobriram a música de um astro que nasceu em um país pobre que era ouvida pelos pais e avós. Os mais velhos “”continuam ouvindo a música de sua juventude que (…) os faz voltar àquele tempo””, segundo Petiau.

Em termos gerais, a voz e a espititualidade de Bob Marley transformaram o reggae na música dos desfavorecidos em vários lugares do mundo. Assim é, por exemplo, na África, quando nos lembramos dos músicos Alpha Blondy e Tiken Jah Fakoli, um continente do reggae, como Bob Marley previa.

O pai do reggae nasceu no dia 6 de fevereiro de 1945 em Rhoden Hall, perto de Nine Miles, na paróquia de Saint Ann (Jamaica), de mãe jamaicana e pai inglês (oficial da Marinha que o músico não conheceu).

Morou no gueto de Trenchtown, em Kingston, e, em 1962, gravou seu primeiro single “”Judge Not””, no qual formou a banda “”The Wailers”” com Peter Tosh e Bunny Wailer. Em 1966 se mudou para os Estados Unidos por razões financeiras. Lá conheceu Mortimer Planno, um jamaicano de origem cubana que o ensinou parte da cultura rastafari.

Depois de voltar à Jamaica nos anos 1960, gravou seu primeiro álbum com os Wailers no início dos anos 70. “”Catch a Fire”” e “”Burnin”” em 1973. Em 1974 gravou o primeiro álbum solo, “”Natty Dread””. Depois vieram “”Rastaman Vibration”” em 1976 e “”Exodus”” em 1977.

Em 1977, Bob Marley fez, com o “”The Wailers””, um grande show lendário durante o qual interpretou algumas músicas do álbum que acabava de gravar (“”I Shot the Sheriff””, “”Lively Up Yourself””, “”Get Up, Stand Up””, “”Jamming””, “”No Woman No Cry””, “”Exodus”” e “”War””). Bob Marley continuou gravando discos até o fim de sua vida. “”Survival””, em 1979, e Uprising, em 1980, foram os últimos. Hoje, o culto ao ídolo continua aquecendo a indústria da música, mas o compromisso político tende a se perder entre os jovens.

Nas ruas da capital da Jamaica, onde há um museu voltado para objetos e fotos do artista, a lenda de Bob Marley ainda é alimentada. Diariamente é oferecida uma excursão à Nine Miles, cidade natal do cantor, onde são vendidos suvenires de todos os tipos.

No entanto, o medo de que o artista se torne apenas mais um motivo comercial é o mesmo de que ele seja esquecido. “”Seu objetivo nunca foi comercial””, explica o amigo Herbie Miller à AFP. “”O dinheiro não era a principal motivação”” de Bob Marley.

As músicas do pai do reggae já tocam pouco na Jamaica. Miller afirma que “”o Poder da Jamaica tenta suavizar”” o lado comprometido de Bob Marley com as questões de liberdade e defesa dos oprimidos. A Fundação Marley lamenta a “”falta de eventos comemorativos dos 30 anos de morte do cantor””, e afirma que sua música já não tem mais a mesma força.

Publicado em 11/05/2011 -

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