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A nova presidente da República, Dilma Rousseff, não terá dificuldades em fazer a agenda de interesse do governo caminhar em um bom ritmo. Apesar de nunca ter ocupado um cargo de chefia do Executivo, Dilma conta com uma série de fatores positivos que devem fazer com que não perca tempo nos primeiros meses de governo.

Quadros partidários e ministros do novo mandato avaliam que a agenda de continuidade, o grande conhecimento acumulado pela presidente em mais de sete anos no comando de ministérios e o aumento da bancada governista no Congresso devem facilitar a introdução de temas de interesse da nova gestão.

Como lembrou o presidente do Senado, José Sarney, em seu discurso durante a cerimônia de posse deste sábado (1º), Dilma foi “a segunda alma do governo Lula.” A avaliação de Sarney e de outros líderes políticos, inclusive Lula, é de que a presidente estará mais atenta à necessidade de aperfeiçoar as conquistas obtidas nos últimos oito anos.

“Uma mulher que chega ao poder incorporando toda sensibilidade ao sofrimento e à dor, tenho certeza de que vai fazer a diferença. Vai fazer a diferença não apenas para a população mais sofrida, mas especialmente para as mulheres”, defende a senadora eleita Marta Suplicy (PT-SP).

Na agenda econômica, as mudanças começaram a ser feitas já na reta final do governo Lula. O Banco Central anunciou medidas para enxugar o crédito oferecido no mercado, desta vez em sintonia com o Ministério da Fazenda. O ministro Guido Mantega, mantido no cargo, explica que a ideia é sempre oferecer medidas anticíclicas, ou seja, no sentido contrário ao caminho da economia. "Quando o mundo se retraía, na crise financeira de 2008-09, o Estado oferecia incentivos para reduzir os danos."

Agora, Mantega avalia que é chegado o momento de frear os investimentos públicos e deixar que o setor privado se encarregue de promover o crescimento econômico. “A presidente Dilma já estava envolvida em todas as questões centrais da área econômica, sempre conversamos muito, estamos muito afinados. E, portanto, ela já sabe perfeitamente o que tem que fazer”, avalia o ministro.

Congresso

Além de conhecer muito bem o andamento do atual governo e de ter assegurado a permanência de vários ministros, Dilma contará com um Congresso, a princípio, mais amigável que aquele que teve Lula ao longo de oito anos.

O bom desempenho dos partidos da base aliada, em parte alavancado pelo prestígio do ex-presidente, levou à formação de uma margem mais confortável no Legislativo. Na Câmara, a base aliada ocupará 366 das 512 cadeiras. Entre os senadores, serão 52 em 81.

Novo líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Teixeira considera que há condições para aprovar a reforma política. Para ele, a mudança na legislação deve incluir, fundamentalmente, o financiamento público de campanha, visto como uma medida que reduz o poder dos interesses empresariais, e o aumento dos mecanismos de democracia participativa, como plebiscitos e referendos. “Para fazer um bom governo, é dar continuidade e aperfeiçoar algumas matérias. Ter coragem, como Lula teve, sempre estar ligado ao anseio popular.”

De saída do Congresso para assumir o Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo pondera que o governo Lula, apesar de tensionamentos, nunca chegou a uma relação ruim com o Congresso, e acredita que com Dilma será ainda mais fácil por conta do tamanho da bancada. “Teremos uma situação democrática bastante harmoniosa, bastante positiva para o povo brasileiro.”ção artística e cultural.

Publicado em 7/01/2011 -

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