“Todas as provas que foram feitas durante o contraditório, com a moderação do magistrado e presença do Ministério Público, levam a um único veredito, no meu entendimento: a absolvição de Dirceu”, disse Lima.
Tanto Dirceu quanto o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares estão acompanhando o julgamento, que começou nesta quinta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), de São Paulo. Para o advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, tanto seu cliente quanto José Dirceu não faziam parte de nenhuma quadrilha. “Eles se associaram em torno de um sonho, um projeto de poder, e isso não é quadrilha”.
Malheiros disse que Delúbio sempre assumiu dar dinheiro para custear despesas de campanha e que essa doação não era para comprar apoio no Congresso Nacional. “Isso [comprar apoio] é coisa que não é feita com dinheiro, mas com a partilha de poder”, observou. Para o advogado, não é possível supor o que o tribunal decidirá sobre o desmembramento do processo, possibilidade em análise devido à questão de ordem apresentada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende o ex-dirigente do Banco Rural José Roberto Salgado. “Tem muitas questões técnicas envolvidas e isso pode gerar um debate entre os ministros. Não sei dizer qual será o desfecho.”
Thomaz Bastos defendeu que apenas três dos 38 réus do processo do mensalão têm prerrogativa de serem julgados pelo STF.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, acredita que a decisão do caso não sairá na data prevista pelo STF, em 30 de agosto. “Quero crer que o julgamento terá incidentes e, certamente, vai frustrar expectativas da sua realização dentro do cronograma.”
Cavalcanti também criticou a demora no julgamento do processo pelo STF. “É inconcebível que se demore tanto para julgar um processo dessa natureza, embora tenha uma peculiaridade de muitos réus. Entretanto, o que a sociedade quer é o julgamento desse processo. São sete anos de processo, que já é julgado há cinco anos. É um espaço de tempo muito grande para se combater a impunidade neste país.”
EBC
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