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A WEG de Jaraguá do Sul volta a pressionar os trabalhadores para manter suas margens de lucros às custas do empobrecimento daqueles a quem define como “colaboradores”. Negociação semelhante aconteceu no final de março, quando reduziu a jornada em 24% mediante a redução salarial de 20%, alegando a crise internacional. A farsa da WEG, no entanto, foi desmascarada mediante a divulgação dos lucros da empresa nos primeiros três meses de 2009, quando o Diário Catarinense do dia 28 de abril, na página “Economia”, publicou lucro líquido de R$ 122,2 milhões, com um faturamento 15,6% maior que o obtido no mesmo período de 2008. Faturamento este garantido pelo aumento das vendas não somente no mercado interno, que foi de 6,5%, mas também com o aumento de 4% nas exportações.

Voltar a alegar que a negociação se faz necessária por conta da crise internacional e que a redução do IPI sobre as máquinas de lavar roupa (a WEG produz motores para esse segmento) não foi suficiente para atenuar os efeitos da crise, é uma farsa dos empregadores para reduzir os atuais salários e inibir o processo de negociação coletiva anual. A CUT é contra qualquer redução salarial por entender que a média salarial dos trabalhadores já é muito abaixo da renda média per capita catarinense (R$ 14.222,00 – PNAD 2007) e muito aquém do que deveria ser caso a Constituição Federal fosse cumprida. É contra também, por entender que se algum setor de uma empresa do porte da WEG – e estamos falando da WEG Motores (não de uma microempresa de fundo de quintal), com inúmeras filiais no Brasil e no mundo, 21.877 funcionários e faturamento de 5,5 bilhões de reais (2008) – apresente dificuldades, estas deveriam ser compensadas pelo conjunto da empresa, que demonstra estar muito bem. Para a CUT, as novas tecnologias empregadas no setor produtivo têm resultado, dia após dia, em mais produtividade, competitividade e lucro, sem nenhum benefício para os trabalhadores, que também poderiam ser beneficiados com a redução de jornada de trabalho sem redução de salários.

A CUT, portanto, repudia toda e qualquer iniciativa de negociação que tenha por objetivo a redução salarial.

Florianópolis, 04 de junho de 2009.

 

Direção Estadual da CUT SC.

 

Publicado em 8/06/2009 -

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