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O mercado de trabalho brasileiro continua produzindo boas notícias. Segundo a

PED-Metropolitana, do DIEESE, a taxa de desemprego total, nos últimos 12 meses,

recuou de 14,4%, em agosto de 2009, para 11,9% em agosto último. Nos últimos 12

meses, findos em julho último, o rendimento médio real dos ocupados aumentou 4,1%.

O resultado é um aumento na massa de rendimentos, que, nos últimos 12 meses,

encerrados em julho, cresceu 8,1%, como resultado de aumentos do nível de ocupação e

do rendimento médio. A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), segue na mesma direção, registrando 6,7% em agosto, a

menor taxa desde o início da série histórica, em março de 2002. A massa de

rendimentos, por sua vez, segundo o IBGE, expandiu 8,8% nos últimos 12 meses.

O forte ritmo de crescimento do emprego vem melhorando, inclusive, a sua

qualidade. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério

do Trabalho, nos primeiros seis meses de 2010, a diferença entre o salário médio dos

demitidos e dos admitidos foi reduzida pela metade em relação à igual período de 2009.

No primeiro semestre deste ano, o salário médio dos novos contratados foi de R$

821,13, 7,2% menor que o salário dos demitidos no mesmo período. Mas, no primeiro

semestre de 2009, a diferença chegava a 13,2%, segundo a mesma fonte. O fenômeno é

típico de períodos em que a economia está aquecida e o mercado está demandando mão

de obra em quantidade, o que reduz a margem de achatamento salarial via rotatividade,

estratégia bastante utilizada pelas empresas, especialmente em período de crises. Se o

atual processo de aquecimento do mercado de trabalho persistir, a tendência é reduzir o

índice de rotatividade, já que a redução da diferença entre os salários de admissão e

demissão implica em custo maior para rodar o funcionário.

Em um período em que cai a taxa de desemprego, o mercado bate recordes de

geração de emprego formal, o salário médio cresce, fica cada vez mais difícil as

empresas reduzir despesas se valendo da rotatividade da economia. Outro fato que inibe

a referida política são os ganhos reais que vêm obtendo o salário mínimo nos últimos

anos, que têm provocado também, e de forma generalizada, uma elevação dos pisos das

categorias, acima da inflação. Isso inibe também a contratação por salário muito abaixo

do que recebia o trabalhador demitido. Um detalhe importante também é que, em

períodos de crescimento do emprego, como o atual, eleva-se a tendência de o

trabalhador tomar a iniciativa para trocar de emprego, em busca de melhores salários, o

que eleva a rotatividade.

Autor: José Alvaro – Economista Dieese

Publicado em 4/10/2010 -

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