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Nesta terça-feira (27), primeiro dia da greve nacional, os bancários fecharam 4.191 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 25 estados e no Distrito Federal. O balanço foi feito pela Contraf-CUT a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h.

 

“”A greve começou mais forte que a do ano passado, uma das maiores que fizemos nos últimos 20 anos, quando fechamos 3.864 unidades no primeiro dia de paralisação””, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. “”Isso mostra a grande insatisfação dos funcionários com a postura dos bancos, que em cinco rodadas de negociação não apresentaram uma proposta decente que atenda as reivindicações da categoria””, sustenta.

Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida na última sexta-feira, dia 23, em São Paulo, quando foi recusada a segunda proposta de reajuste de 8% sobre os salários. “”A proposta também não contempla alorização do piso, PLR maior, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização””, diz Cordeiro.

 

“”A proposta representa apenas 0,56% de aumento acima da inflação do período, o que está longe da reivindicação da categoria, de 12,8% (5% de aumento real). Enquanto isso, os seis maiores bancos que operam no Brasil lucraram R$ 25,9 bilhões no primeiro semestre, segundo levantamento do Dieese e da Contraf-CUT””, afirma Cordeiro. “”Isso quer dizer um aumento de R$ 4,3 bilhões em relação ao lucro do mesmo período do ano passado, com um crescimento médio de 20,11%. É preciso repartir esses ganhos com os bancários, maiores responsáveis pela enorme lucratividade das empresas””, completa.

 

“”A experiência de anos anteriores mostra que a tendência é o índice de paralisação aumentar nos próximos dias. Estamos abertos para a retomada das negociações, pois continuamos apostando no diálogo. Mas também estamos preparados para intensificar a mobilização e fazer a maior greve das últimas décadas para garantir avanços econômicos e sociais””, acrescenta Carlos Cordeiro.

Veja as principais reivindicações da categoria:

Remuneração

– Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).

– Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).

– PLR: três salários mais R$ 4.500 sem desconto dos programas próprios de renda variável
– Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.

– Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.

– Contratação da remuneração total dos bancários.

– Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545).

– Auxílio-educação para todos os bancários.

– Previdência complementar para todos os bancários.

Emprego
– Garantia de emprego;

– Proteção contra a dispensa imotivada, combatendo a rotatividade.

– Contratação de mais bancários;

– Fim das terceirizações.

– Jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários.

– Ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho;
– Tempo de até 15 minutos de espera nas filas nos dias normais;

– Abono assiduidade de cinco dias por ano.

Igualdade de oportunidades

– Igualdade na contratação, remuneração e ascensão profissional.

– Realização de um novo censo para avaliar os resultados dos programas implantados pelos bancos para combater a discriminação.

– Prorrogação automática da licença-maternidade de quatro para seis meses, sem necessidade de solicitação por parte da bancária.

– Condições de acessibilidade nas agências tanto para bancários como para clientes com deficiências.

Saúde do trabalhador

– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.

– Participação dos trabalhadores na fixação das metas, que devem levar em consideração o tamanho, a localização e o perfil econômico das dependências, e não podem ser individuais.

– Fim da divulgação de rankings individuais sobre cumprimentos de metas.

– Suspensão do trabalho em espaços físicos em reforma.

– Manutenção do salário e demais direitos no período de afastamento por problemas de saúde.

– Permanência do plano de saúde na aposentadoria e com as mesmas regras.

Segurança bancária

– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões.

– Emissão da CAT para quem esteve no local de assaltos e sequestros.

– Fechamento das agências após assaltos, consumados ou não.

– Porta de segurança, câmeras com monitoramento em tempo real e vidros blindados em todas as agências e postos.

– Biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, e divisórias individualizadas entre os caixas internos e os eletrônicos para combater “”saidinha de banco””.

– Proibição ao transporte de valores e à guarda das chaves das unidades pelos bancários.

– Adicional de 30% de risco de morte para agências, postos e tesouraria.

CUT

Publicado em 28/09/2011 -

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