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O Brasil avançou quatro posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). O país está na 73º posição entre 169 países no ranking, que mede as conquistas de um país com base em expectativa de vida, saúde, acesso à educação e padrão de vida, listando-os com notas que variam de zero (mais baixo desenvolvimento) a um (mais alto).

Em 2010, no aniversário de 20 anos do relatório, houve mudanças na metodologia e, por razão disso, não se pode comparar o novo valor com os índices divulgados anteriormente. Mas o PNUD recalculou os dados de 2009 com base na nova metodologia para demonstrar a evolução do país de 2009 para 2010.

O índice brasileiro, de 0,699, situa o país entre os de alto desenvolvimento humano e é maior que a média mundial (0,624). O resultado é próximo ao do conjunto de países da América Latina e Caribe (0,704).

Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e a projeção de escolaridade esperada recuou em 0,8 ano. A renda nacional bruta teve alta de 27% no período.

Outros países

O país mais desenvolvido em relação ao IDH é a Noruega (0,938), seguida por Austrália (0,937), Nova Zelândia (0,907), Estados Unidos (0,902) e Irlanda (0,895). As últimas posições são ocupadas por Moçambique (0,284), Burundi (0,282), Níger (0,261), República Democrática do Congo (0,239) e Zimbábue (0,140).

Novos Índices

Na edição de 2010, o PNUD lançou três novos índices. O Índice de Desenvolvimento Humano ajustado à Desigualdade (IDHD) considera a forma como é feita a distribuição dos recursos na educação, na saúde e no rendimento, e não apenas a média dos indicadores. Quanto maior a desigualdade, maior a perda que o país apresentaria na classificação geral. Considerando esse índice, o Brasil teria uma classificação 15 posições mais baixa que seu IDH geral.

O Índice de Pobreza Dimensional (IPM) varia de zero a um, e quanto mais próximo de um, pior a situação do país. O índice do Brasil foi de de 0,039. De acordo com esse índice, a maior deficiência é a educação: 20,2% das famílias têm privações na área.

O terceiro índice avalia a desigualdade de gênero (IDG). O Brasil alcançou a média 0,631 em uma escala de 0 a 1, sendo que 0 indica que mulheres e homens desfrutam de igualdade, e 1, que as mulheres sofrem uma desigualdade tão grande quanto possível em todas as dimensões medidas. São levados em conta a taxa de mortalidade materna e de fertilidade adolescente, a distribuição dos assentos parlamentares de acordo com o sexo, o sucesso escolar no ensino secundário e superior e a taxa de participação no mercado de trabalho.

A educação é destaque entre as mulheres, e se o índice fosse medido só por essa área, o país passaria de 80º para 17º. Sao 48,8% de mulheres acima de 25 anos que têm pelo menos educação secundária, contra 46,3% dos homens. A área mais discrepante é a participação nas mulheres na política: representam apenas 9,4% dos assentos no Legislativo federal, composto por Senado e Câmara.

 

Metodologia

Em relação à educação, a metodologia anterior do IDH media analfabetismo e a atual mede anos médios de escolaridade. Segundo Rogério Carlos de Oliveira, consultor do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro, a mudança faz com que a educação seja medida não apenas por quantidade, mas também por qualidade.

Em renda, saiu o PIB per capita e entrou a Renda Nacional Bruta per capita, que mede a apropriação da população local em relação à renda gerada. Anteriormente, considerando apenas o PIB, o que se media era a produção que não necessariamente beneficiava a população de maneira equivalente.

Outra mudança foi no cálculo do índice que era a média simples dos três subíndices. A partir deste relatório, recorre-se à média geométrica. Antes, um desempenho baixo em uma dimensão poderia ser diretamente compensado por um desempenho melhor em outra. Com o novo cálculo, temos valores mais próximos à realidade de cada país.

 

Publicado em 5/11/2010 -

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