A coluna Conversa com a Presidenta desta terça-feira (28), publicada em jornais no Brasil e no exterior, aborda a interiorização de universidades federais, a política de emprego para jovens da zona rural e as ações do governo federal para minimizar os danos das chuvas na região Nordeste.
A primeira pergunta veio de Brumado (BA), feita pelo eletrotécnico Maurício Quichaba. À presidenta, ele questionou: “O que pode ser feito para descentralizar as universidades federais?”. Dilma Rousseff informou que concorda com a descentralização das universidades, tanto que esse trabalho começou a ser feito no governo passado. Desde 2003 – continuou a presidenta – foram criadas 14 novas universidades, das quais 10 são voltadas para a interiorização do ensino superior público. Foram ainda criados 126 novos campi de universidades públicas, que hoje estão implantados em 230 municípios das 27 unidades da Federação.
“Com essas iniciativas, o número de vagas de ingresso nas universidades federais, que era de 109 mil em 2003, subirá para 243 mil em 2012. Na Bahia, que conta com três instituições – Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) – o número de campi pulou de dois para nove, e essa expansão foi toda em cidades do interior. Estamos oferecendo mais oportunidades aos nossos jovens, em suas próprias cidades, ou em cidades vizinhas, o que está contribuindo para a redução das nossas desigualdades sociais e regionais”, exemplificou.
José Aílton Nunes de Alencastro, agricultor de Araguatins (TO), quis saber qual é a política de emprego para os jovens que moram no campo. A presidenta informou que o governo federal tem diversas ações voltadas para a juventude rural, sendo uma delas o Pronaf Jovem, linha de crédito especial para o financiamento de projetos de agricultores familiares com até 29 anos de idade. O programa ajuda a desenvolver ações que geram renda, como projetos agropecuários, de turismo rural, artesanato e de pomares e hortas, explicou. Ela disse, ainda, que no Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, o limite de financiamento para esses projetos passará de R$ 10 mil para R$ 12 mil, com juros de 1% ao ano. Outra ação informada pela presidenta é a linha de crédito Nossa Primeira Terra, do Programa Nacional de Crédito Fundiário, que financia a compra de terra por jovens da área rural com idades entre 18 e 28 anos.
“Além disso, os jovens podem participar de outros programas, que são direcionados para todos os agricultores familiares, sem distinção de idade. É o caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que conta com R$ 16 bilhões para o financiamento da safra 2011-2012, com juros que variam de 0,5% a 4,5% anuais”, frisou.
O último questionamento foi elaborado por Andressa Thomaz, fonoaudióloga de São Paulo (SP), que afirmou que “todo ano a cena se repete: basta chover forte no Nordeste e milhares de pessoas são atingidas”. Diante isso, Andressa quis saber o que o governo está fazendo para evitar a repetição anual “dessa tragédia”.
“Andressa, nós estamos trabalhando em várias frentes com os governadores e prefeitos para evitar essas tragédias e, quando elas forem inevitáveis, para minorar o sofrimento da população”, respondeu a presidenta. Os governos federal e de Pernambuco, por exemplo, dividirão o custo de R$ 650 milhões para a construção de cinco barragens na bacia do Rio Una para controlar a vazão das chuvas na região. A presidenta afirmou que no mês passado foi assinado convênio para a construção das duas primeiras, que custarão R$ 65 milhões, sendo R$ 50 milhões do governo federal. Ainda de acordo com ela, o Ministério de Ciência e Tecnologia está desenvolvendo um sistema de monitoramento e alerta em áreas de risco, para fornecer essas informações à Secretaria Nacional de Defesa Civil, que coordenará as ações.
“Os programas habitacionais retirarão muitas famílias dos locais sujeitos a enchentes e deslizamentos de terra. A Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC), do Ministério da Integração, está desenvolvendo estudos para criar cinco escritórios regionais, modernizando o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e treinando agentes dos estados e municípios. O objetivo é criar as condições para a evacuação, antecipadamente, das pessoas em áreas de risco (…). Como você pode ver, estamos criando os instrumentos para reduzir drasticamente os prejuízos materiais, e principalmente humanos, resultantes de desastres naturais”, concluiu.
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