Convertido em personagem da eleição pela campanha de Dilma Rousseff, Paulo Vieira de Souza volta às manchetes na beira das urnas.
Paulo Preto, como é conhecido, foi diretor de Engenharia da Dersa, a estatal rodoviária de São Paulo, entre 2007 e abril de 2010.
Entre as obras sob sua responsabilidade estava o Rodoanel.
Um dos consórcios contratados para tocar o empreendimento é o Andrade Gutierrez/Galvão.
Pois bem. Em notícia veiculada na Folha, o repórter Flávio Ferreira informa que, em 2009, esse consórcio contratou os serviços da firma Peso Positivo.
Figuram como sócios da empresa Fernando Cremonini (99%) e Maria Orminda Vieira de Souza (1%).
Fernando é genro de Paulo Preto. Maria Orminda, é mãe do ex-diretor da Dersa. A Peso Positivo recebeu pelo contrato R$ 91 mil.
Para quê? Segundo informam o contratante e o contratado, para prover serviços de guindaste.
Cremonini, o sócio majoritário da Peso Positivo, é casado com Tatiana Arana Souza Cremoni.
Vem a ser aquela filha de Paulo Preto contratada para trabalhar no governo de São Paulo, sob José Serra.
Ouvida, a empresa da família de Paulo Preto disse, por meio do advogado José Luiz Oliveira Lima, que tudo sucedeu dentro da lei.
Segundo Oliveira Lima, a família de Fernando Cremonini atua no ramo de aluguel de guindastes há 38 anos.
O consórcio Andrade Gutierez/Galvão informou que, a exemplo de outros fornecedores, a Peso Positivo foi contratada “de acordo com a legislação em vigor”.
Em representação protocolada no Ministério Público estadual, o PT-SP requereu a investigação dos negócios da Peso Positivo.
Para sorte do tucanato, a eleição termina neste domingo (30). Paulo Preto já não pode ser levado à propaganda de Dilma como peso negativo para Serra.
Para azar, as investigações que enredam o personagem vão se prolongar no tempo.
Sempre que um tucano acusar um petista de malfeito, ouvirá a incômoda pergunta: E o Paulo Preto?
Assim caminha a política brasileira, em marcha batida para a autodesmoralização coletiva.
Fonte: Blog Josias de Souza