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Na estreia, seleção de Dunga vai a campo contra a Coreia do Norte. Há 76 anos, escrete canarinho estreia sem perder em mundiais.

Todo mundo está cansado de saber, mas não vê a hora de começar o jogo. A seleção brasileira estreia na Copa do Mundo da África hoje, às 15h30, contra a toda-poderosa Coreia do Norte. Ironias à parte, sem crises para além da relação Dunga-jornalistas e sem contundidos nem cortado no período de preparação, a equipe brasileira deve subir ao gramado com o mesmo time que começou os últimos amistosos. Antes da partida brasileira, Costa do Marfim e Portugal se enfrentam às 11h, fechando a rodada do Grupo G.

O time é coeso, joga junto faz tempo e sabe o que pode e não pode fazer. Os pontos fortes são a excelente defesa, com Júlio César, Lúcio e Juan, auxiliados pelo excelente Maicon pela direita. O buraco fica na esquerda, onde Michel Bastos deixa claro porque não joga mais de lateral e sim de meia atacante. Para piorar, o volante daquele lado, Felipe Mello, que 9 entre 10 brasileiros gostariam que estivesse assistindo a Copa pela TV, não está em fase nada boa. O técnico xará-de-anão que dê um jeito da coisa funcionar.

Outro ponto forte é o contra-ataque mortal, com Kaká, Robinho e Luiz Fabiano. Aqui, o atacante do Santos vem em grande fase e pode ser destaque da competição. Já o meia do Real Madrid, voltando de contusão crônica, não foi muito bem nas partidas contra os portentosos selecionados de Zimbabwe e Tanzânia, mas aposta-se que melhore durante a competição.

Isso pode ser problema no primeiro jogo, quando o Brasil certamente deverá enfrentar uma Coreia do Norte fechada. O time precisará de criatividade e toques rápidos para abrir a defesa adversária, e isso é o que mais tem faltado à equipe de Dunga. Os dois jogadores mais aptos a surpreender nesse sentido são Kaká e Robinho. A torcida espera que o santista esteja inspirado. Senão, outra arma da equipe é a bola parada, com Elano, um dos líderes de assistências do time, e Michel Bastos, também na função de jogar a bola na área em escanteios e faltas perto da meta adversária.

Retrospecto

Todas as considerações feitas, qualquer resultado que não seja uma vitória brasileira será altamente inesperado. Isso numa perspectiva conservadora. Derrota então, seria evento histórico – e trágico. A última vez que o Brasil foi derrotado na estreia de um mundial foi em 1934, na Itália, segunda vez em que o torneio foi disputado: derrota para a Espanha, por 3 a 1. Depois disso, mais nenhuma.

Além disso, se nunca enfrentou a Coreia do Norte em Copas, o curto retrospecto brasileiro contra países asiáticos é altamente positivo. São duas goleadas: 4 a 0 na China, em 2002, e 4 a 1 no Japão, em 2006, ambas na primeira fase.

Por outro lado, o adversário já fez time grande passar raiva. Em sua única outra participação em Copas, em 19966, os norte-coreanos eliminaram a Itália na primeira fase e chegaram às quartas de final. Para evitar a repetição da zica, convém o Brasil se

cuidar.

Dunga concorda, e treinou de portas fechadas às vésperas da estreia. Foi aí que residiu o maior motivo de antipatia por parte dos jornalistas que cobrem a seleção. Se o time for bem, a rusga diminui. Se for mal, que o treinador se prepare para o turbilhão de críticas.

Nicolau para Rede Brasil Atual

Publicado em 15/06/2010 -

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