Depois do baixo crescimento econômico brasileiro das duas últimas décadas do século 20, os anos 2000 mostraram uma extraordinária vitalidade da economia. O Brasil conseguiu finalmente se acoplar ao desempenho mundial, aliando, pela primeira vez, crescimento econômico e redução da pobreza e da desigualdade.
O crescimento do PIB foi de 3,5% ao ano entre 2003 e 2006, 4,6% entre 2006 e 2010 e alcançou 7,5% em 2010. Ao mesmo tempo, em oito anos caiu sistematicamente o Índice de Gini (medida da desigualdade) e mais de 30 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e ingressaram na classe C.
Isso só foi possível graças à compreensão adotada pelo governo federal relativa a geração e sustentação do desenvolvimento econômico e a adoção de inovadoras medidas. Após a posse do primeiro governo Lula houve o combate ao ataque especulativo iniciado em 2002, com duras medidas visando recuperar o controle da situação macroeconômica: elevação dos juros, controle fiscal, minirreformas tributária e previdenciária. Mas felizmente não ficamos somente nisso, ainda que alguns o desejassem. Se assim fosse teríamos apenas repetido o desempenho macroeconômico pós-1994, com controle inflacionário, mas com crescimento pífio e acentuada vulnerabilidade externa.
Em paralelo às políticas macroeconômicas stricto sensu foram introduzidas modificações importantes em um conjunto de outras políticas e ações públicas. Na política externa, deu-se prioridade à América do Sul, foram valorizados os Brics e os países do Sul, reconhecidos o multilateralismo e as novas dimensões mundiais e efetivou-se a participação criativa do país na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e no G-20. Passou-se também a dar maior importância ao mercado interno, com apoio à expansão do crédito (inicialmente por meio do consignado), ao combate à pobreza e à valorização do salário mínimo. E, a partir de 2006, consolidaram-se mudanças nas políticas econômica e de desenvolvimento, por meio da redução da vulnerabilidade externa e elevação das reservas internacionais, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da ampliação da capacidade de formulação, planejamento e gestão do Estado e de estímulos monetário e fiscal temporários, com a aceleração sustentada do crescimento econômico.
Uma grande crise internacional
Mas, a partir de 2008, uma das mais graves crises econômico-financeiras abateu-se sobre a economia mundial, iniciando-se com a crise do subprime nos EUA, que levou pânico às instituições financeiras, consequente “evaporação do crédito” e uma intensa e profunda queda da produção industrial e do comércio em escala mundial.
O Brasil, no entanto, foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a abandoná-la, graças à menor vulnerabilidade externa (crescentes reservas internacionais), à solidez das contas públicas e à baixa contaminação das instituições financeiras relativamente aos ativos “tóxicos”. Também ajudaram algumas características ainda “ruins” de nossa economia, tais como os elevados compulsórios e taxas de juros ou o ponto tardio no ciclo econômico mundial, devidos às “décadas perdidas”.
O crescimento do PIB foi de 3,5% ao ano entre 2003 e 2006, 4,6% entre 2006 e 2010 e alcançou 7,5% em 2010. Ao mesmo tempo, em oito anos caiu sistematicamente o Índice de Gini (medida da desigualdade) e mais de 30 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e ingressaram na classe C.
Isso só foi possível graças à compreensão adotada pelo governo federal relativa a geração e sustentação do desenvolvimento econômico e a adoção de inovadoras medidas. Após a posse do primeiro governo Lula houve o combate ao ataque especulativo iniciado em 2002, com duras medidas visando recuperar o controle da situação macroeconômica: elevação dos juros, controle fiscal, minirreformas tributária e previdenciária. Mas felizmente não ficamos somente nisso, ainda que alguns o desejassem. Se assim fosse teríamos apenas repetido o desempenho macroeconômico pós-1994, com controle inflacionário, mas com crescimento pífio e acentuada vulnerabilidade externa.
Em paralelo às políticas macroeconômicas stricto sensu foram introduzidas modificações importantes em um conjunto de outras políticas e ações públicas. Na política externa, deu-se prioridade à América do Sul, foram valorizados os Brics e os países do Sul, reconhecidos o multilateralismo e as novas dimensões mundiais e efetivou-se a participação criativa do país na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e no G-20. Passou-se também a dar maior importância ao mercado interno, com apoio à expansão do crédito (inicialmente por meio do consignado), ao combate à pobreza e à valorização do salário mínimo. E, a partir de 2006, consolidaram-se mudanças nas políticas econômica e de desenvolvimento, por meio da redução da vulnerabilidade externa e elevação das reservas internacionais, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da ampliação da capacidade de formulação, planejamento e gestão do Estado e de estímulos monetário e fiscal temporários, com a aceleração sustentada do crescimento econômico.
Uma grande crise internacional
Mas, a partir de 2008, uma das mais graves crises econômico-financeiras abateu-se sobre a economia mundial, iniciando-se com a crise do subprime nos EUA, que levou pânico às instituições financeiras, consequente “evaporação do crédito” e uma intensa e profunda queda da produção industrial e do comércio em escala mundial.
O Brasil, no entanto, foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a abandoná-la, graças à menor vulnerabilidade externa (crescentes reservas internacionais), à solidez das contas públicas e à baixa contaminação das instituições financeiras relativamente aos ativos “tóxicos”. Também ajudaram algumas características ainda “ruins” de nossa economia, tais como os elevados compulsórios e taxas de juros ou o ponto tardio no ciclo econômico mundial, devidos às “décadas perdidas”.