A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, acusou ontem o presidenciável José Serra (PSDB) de sustentar uma “pauta negativa e caluniadora”, de passar a eleição como “caluniador” e de querer “ganhar a campanha no tapetão porque não consegue convencer o povo brasileiro”.
Essas afirmações foram feitas por Dilma durante visita à favela Paraisópolis e também, mais tarde, durante debate com Serra, Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol).
Provocada pelos jornalistas que acompanharam sua visita a Paraisópolis, a petista se recusou a comentar novamente as “denúncias” veiculadas na edição desta semana da revista Veja, que acusa de tráfico de influência o filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e a própria ministra.
“Eu não vou ficar me atendo à pauta do adversário. Eu vou insistir: esses saltos mortais, que pegam um fato e querem ligar a mim, não tem nada. Eu não vou dar mais combustível para isso. Não estou sendo acusada de nada. Não falo nada sobre assuntos que só interessam à pauta negativa e caluniadora do meu adversário”.
Dilma já comentara o assunto no sábado. Disse que a oposição tenta achar uma “bala de prata” no esforço de reverter a vantagem que as pesquisas de intenção de voto lhe conferem tentando ligá-la a eventuais escândalos.
“Meu adversário parece ter perdido todas as estribeiras e periga passar a eleição inteira sendo chamado de caluniador”.
Ontem à noite, num dos blocos do debate da TV, a petista ganhou direito de resposta para rebater acusações de Serra, que ligou sua campanha a vazamentos na Receita Federal que quebraram o sigilo fiscal de sua filha, Verônica.
“Ele quer ganhar essa campanha no tapetão porque não consegue convencer o povo brasileiro”, disse Dilma citando a ação em que o PSDB pede ao Tribunal Superior Eleitoral a impugnação de sua candidatura.
“Ele quer virar a mesa da democracia. E quer com divulgação de crime por fato inverídico”, afirmou.
No fim de sua resposta, a petista atacou.
“Não passarei esta eleição como a caluniadora. Ele é que passará”.
Serra pediu direito de resposta, que usou para relacionar denúncias contra o PT e o governo.
Mais tarde, depois de questionada pelo tucano, Dilma voltou ao ataque.
“As pessoas não podem ser pretensiosas e achar que são donas da verdade. Espero que as pessoas que me cercam também não sejam. Lamento a tentativa sistemática do meu adversário de me desqualificar”, disse.
“Não subestime ninguém, candidato. O senhor não é dono da verdade. O senhor não é melhor do que ninguém”.