E os brasileiros continuarão pagando para entrar nos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália
Os turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão gastavam, em média, R$ 60,5 milhões por ano, com os pedidos de vistos para entrar no Brasil. É esse o montante que deixará de entrar nos cofres do governo brasileiro todos os anos depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu dispensar o visto para cidadãos desses quatro países sem exigir reciprocidade. Ou seja, os brasileiros continuarão pagando pelos vistos e enchendo os cofres dos governos norte-americano, australiano, canadense e japonês.
A taxa cobrada pelos Estados Unidos para emitir vistos é de cerca de US$ 160,00 – ou R$ 606,00. Em 2017, quase 2 milhões de brasileiros viajaram aos Estados Unidos. Se todos tiveram de pagar pelos vistos, encheram os cofres daquele país com mais de R$ 1 bilhão.
Apesar disso, o governo brasileiro defende a dispensa de vistos argumentando que a medida poderá alavancar o turismo, trazendo mais recursos para o Brasil.
De acordo com o Itamaraty, o Brasil emitiu 258.437 vistos para cidadãos destes quatro países em 2018. Os norte-americanos foram a maioria: 181.242, o equivalente a 70% do total, segundo matéria do jornal Folha de S. Paulo.
Ainda de acordo com a matéria da Folha, ao todo, o Brasil arrecadou US$ 15,9 milhões apenas com as emissões dos vistos. Considerando a cotação do dólar na segunda-feira (R$ 3,79), os turistas pagaram o equivalente a R$ 60,5 milhões. O dinheiro arrecadado com essas taxas ia direto para os cofres do Tesouro Nacional.
Número de turistas americanos e japoneses em queda
Em 2014, um total de 656 mil turistas norte-americanos visitaram o Brasil. No ano seguinte começou a cair e o total de turistas ficou em 575 mil. Em 2016 (570 mil) e 2017 (475 mil) mais queda no número.
O Japão ocupa a 18º posição no ranking – em 2017, enviou 60,3 mil turistas ao Brasil. O número é 28% menor que o enviado em 2014, quando 84,6 mil japoneses visitaram o Brasil.
Canadá e Austrália, que também foram beneficiados com a isenção de vistos, não estão sequer entre os 20 principais emissores de turistas para o Brasil.
Fonte: CUT Brasil