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Em sua primeira final de Copa, a Espanha se sagrou campeã mundial. A Holanda, por sua vez, perdeu a terceira decisão e levou para casa, mais uma vez, a fama de amarelar na hora H. Desta vez, no entanto, o time não era o favorito, e em momento algum jogou melhor. A vitória espanhola foi justa; o time conseguiu superar a violência laranja, enquanto os representantes dos Países Baixos não honraram os times de 1974 e 1978. A Copa viu a consagração do Polvo Paul, que acertou todos os prognósticos.

O primeiro tempo do jogo foi extremamente violento. Foram cinco cartões amarelos – três para a Holanda e dois para a Espanha – e muito mais faltas que mereceriam advertência. Um dos lances mais violentos da Copa aconteceu aos 27 minutos. De Jong entrou com a sola da chuteira no peito de Xavi Alonso. A agressão mereceu do confuso árbitro inglês Howard Webb apenas um amarelo. Perto dos 45 minutos, Sneijder e Pedro cometeram faltas feias e sequer foram advertidos.

A violência impediu que o futebol aparecesse na primeira etapa. Depois dos primeiros minutos de domínio espanhol, a Holanda equilibrou o jogo – nivelado por baixo, que fique claro. O jogo ficou concentrado na intermediária e os torcedores viram apenas um lance de perigo par cada lado.

Aos 10, mais uma boa jogada de ataque da Espanha. De pé em pé, a bola sobrou para Sergio Ramos, que ganhou da defesa e cruzou forte na área. A defesa tirou de qualquer jeito para escanteio. Depois da cobrança, a bola achou Villa, que tentou o voleio e mandou a bola na rede pelo lado de fora. Aos 45, a Holanda finalmente levou perigo: Robben recebeu depois de bate-rebate e manda no canto de Casillas, que salvou a Espanha.

A primeira etapa viu ainda um pouco de fair play – por pouco, mal sucedido. Aos 33 minutos, Casillas jogou a bola para fora para Puyol se recuperar do choque entre os dois. Quando Heintinga devolveu a bola, o goleiro espanhol não alcançou e teve que dar um toquinho desesperado para escanteio para não levar o gol. Heitinga pediu desculpas e, na cobrança de escanteio, a Holanda devolveu a bola para a Espanha. O pessoal estava em campo mais para belicidade do que para cordialidade, vai ver foi por isso que quase um acidente acontece.

Tanto que o lance amistoso não foi suficiente para esfriar o ímpeto faltoso das equipes, principalmente da Holanda.

O segundo tempo teve mais um festival de cartões. Foram mais cinco para a Holanda e três para a Espanha. Apesar disso, a qualidade do futebol melhorou um pouco. Robben perdeu duas chances de cara com Casillas. Pela Espanha. Villa desperdiçou uma chance também cara a cara com Stekelenburg, enquanto Sergio Ramos cabeceou sozinho para o gol, mas jogou de zagueiro e mandou para fora. O domínio espanhol na posse de bola mais uma vez não adiantou, e o zero não saiu do placar. Nos cinco minutos finais, os dois times imploravam pela prorrogação.

O tempo extra veio e, com ele, um futebol muito mais emocionante. O cansaço dos jogadores, especialmente os holandeses, diminuiu o poder das defesas e proporcionou mais chances de gol. Mas a falta de pontaria continuou. Fábregas não fez de frente para Stekelenburg; Iniesta nem chutou no lance seguinte. A Holanda já não tinha mais pernas para jogar, enquanto a Espanha criava chances e mais chances, todas desperdiçadas.

No começo do segundo tempo da prorrogação, Heitinga foi expulso depois de falta duvidosa em Iniesta, que invadia a área. Apesar da incerteza, seria injusto ver a Holanda terminar o jogo com 11 em campo.Foram 28 faltas; nove cartões amarelos (sendo dois para o mesmo jogador, resultando em vermelho). Para cada finalização laranja (13 no total), foram duas infrações assinaladas. Muito, muito feio para uma decisão de Copa.

A expulsão deu ainda mais força para a Espanha. O jogo já tinha virado partida de um time só. Até que, depois de uma marcação errada do árbitro – Webb assinalou tiro de meta para a Espanha um lance em que o escanteio era claramente holandês – Fábregas cruzou para Iniesta. Pela primeira vez na partida, o camisa 6 chutou de primeira. Segundo a estatística da Fifa, foi a primeira finalização do atleta. Gol da Espanha, aos 11 minutos.

Na comemoração, o jogador tomou o amarelo por tirar a camisa com uma mensagem lembrando Dani Jarque, jogador que faleceu depois de ataque cardíaco em 2009. A Holanda cumpriu seu papel de buscar o ataque, mas o fez desordenadamente, sem força para empatar. Aos 17 minutos, o juiz apitou e a Espanha comemorou o inédito título.

Acabou-se a Copa do Mundo de 2010.

 

Publicado em 12/07/2010 -

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