A dúvida se foi atentado ou não fez o Estado mudar a estratégia na divulgação de informação. Para evitar incertezas, sensação de insegurança na população e até divergências entre órgãos do próprio governo, a Polícia Militar analisará individualmente cada caso suspeito ocorrido em Santa Catarina antes de confirmar ou descartar o vínculo dos episódios aos ataques.
Até o início da noite de quarta-feira, haviam sido registrados 111 ataques em 36 cidades, desde o dia 30 de janeiro. O último ocorreu na madrugada de segunda-feira, quando um carro foi incendiado em Joinville, no Norte.
Depois disso, não houve mais confirmações. Mas na madrugada de quarta-feira, um incêndio numa base da PM em Lages, na Serra, gerou informações controversas. No início da manhã, o Centro de Comunicação Social da PM emitiu nota tratando o fato como o 112º atentado, elevando para 37 o total de cidades afetadas. Mas ainda de manhã a informação foi mudada.
Na base incendiada, no Bairro Santa Catarina, em uma das regiões com maior índice de criminalidade de Lages, o fogo destruiu uma mesa, um fogão, o forro e parte da cozinha. O local funciona apenas durante o dia e, no momento do incêndio, por volta de 2h, não havia ninguém no local.
O comandante da PM em Lages, tenente-coronel Adilson Moreira, esclareceu o impasse e disse não se tratar de um atentado, mas de acidente.
— Estamos fazendo monitoramentos e não há informações de nenhum grupo criminoso agindo em Lages — garantiu o tenente-coronel.
O perito criminal Marcelo da Silva, do Instituto-geral de Perícias (IGP), esteve no local e confirmou as informações do tenente-coronel. Ele explicou que, como o fogo iniciou pelo botijão de gás que estava na cozinha, os vidros foram quebrados de dentro para fora por causa do calor.
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