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As contradições sobre a causa da morte do vereador Marcelino Chiarello estão deixando as autoridades policiais e o Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina em situação desconfortável.

A confirmação de um laudo elaborado pelo IGP indicando suicídio colocou mais lenha na fogueira. Tudo porque esse laudo entrou em contradição com o primeiro, elaborado pelo médico-legista de Chapecó Antonio de Marco, que apontava para homicídio. Com isso, há dois laudos, cada um com conclusão diferente.

Marcelino Chiarello foi encontrado enforcado no quarto de visitas de sua casa no dia 28 de novembro. Na época, o delegado Alex Passos, ligado ao Partido da República, base da atual administração do município, afirmou que a cena era forjada e que os indícios eram de homicídio. Uma coletiva com cinco delegados, entre eles Ronaldo Neckel Moretto e Augusto Brandão, reiterou a tese de homicídio.

Depois de três meses, as investigações não apontaram suspeitos do possível crime, a perícia não encontrou provas da presença de terceiros no local do crime e a tese de suicídio tomou força. Isso gerou reações fortes de lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT).

— É uma fraude — afirmou o deputado federal Pedro Uczai, presidente do partido e um dos possíveis nomes para concorrer a prefeito na cidade.

Uczai afirmou que o laudo do suicídio não explica de forma satisfatória o motivo das lesões no nariz, no olho e na cabeça de Chiarello, entre outros quesitos. O presidente do diretório municipal do PSD, João Rodrigues, disse que aguarda a conclusão do inquérito para se manifestar. Ele afirmou que poderá mover ações contra o PT, que teria tentado relacionar a morte do vereador a denúncias.

O diretor do Instituto Geral de Perícias, Rodrigo Tasso, reconhece que o órgão ficou em situação difícil, pois há dois laudos com conclusões diferentes. Ele argumenta que algumas situações podem levar a conclusões tanto de suicídio quanto de homicídio, mas acredita que algum dos peritos se excedeu nas conclusões.

Uma junta médica composta de três pessoas recebeu ontem o inquérito e deve emitir um parecer até o dia 6 de março, sobre as incompatibilidades entre os laudos. Mesmo assim, o desgaste é inevitável.

DC

Publicado em 1/03/2012 -

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