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A proporção de mulheres no mercado de trabalho, na situação de ocupadas ou desempregadas, aumentou entre 2011 e 2012 na região metropolitana de São Paulo, passando de 55,4% para 56,1%. Ainda assim, elas representavam, no ano passado, a maior parcela de desempregados (53,7%) e seu salário equivalia a 77% do dos homens, por hora.

 

É o que aponta o boletim Mulher e Trabalho, divulgado na quarta-feira (6) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). De acordo com os dados, a taxa de desemprego apenas entre as mulheres permaneceu estável entre 2011 e 2012, calculada em 12,5%. Já entre os homens houve um aumento de 8,6% para 9,4% no mesmo período.

 

“O declínio da taxa de desemprego feminina, na última década, foi resultado do crescimento econômico e do aumento do nível de ocupação, além de refletir as transformações nas relações familiares, em que o modelo de família baseado no chefe masculino provedor vem se alterando e criando novas dinâmicas nas relações dos membros da família com o mercado de trabalho”, aponta o estudo.

 

O rendimento médio das mulheres na região metropolitana de São Paulo foi em 2012 de R$ 1.363. O dos homens foi de R$ 1.990. Como a jornada média deles é de 43 horas semanais e delas de 39 horas, a pesquisa tomou por base a remuneração por hora, resultando em R$ 8,24 por hora para as mulheres e R$ 10,70 para os homens. Assim, o rendimento das mulheres equivalia, em 2012, a 77% do dos homens. 

 

“O crescimento econômico dos últimos dez anos ainda não foi suficiente para aniquilar a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho”, avalia a autora da pesquisa Márcia Halben Guerra. “O mercado reflete a sociedade: as mulheres ainda ficam mais com o trabalho doméstico e se dedicam menos à carreira”. 

 

A menor diferença de rendimento esta no comércio, principalmente na reparação de veículos automotores e motocicletas. Em seguida vêem os serviços e por último a indústria. Nos serviços, a diferença de salários aumenta justamente nas ocupações que exigem ensino superior, em especial na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.

 

“Isso porque os homens assumem mais cargos de chefia, mesmo no setor público. Já as mulheres ficam com funções historicamente menos remuneradas, como professoras e enfermeiras”, avalia a autora da pesquisa Márcia Halben Guerra. No setor público, a média de rendimento das mulheres ficou, em 2012, em R$ 11,84 por hora, enquanto o dos homens ficou em R$ 17,73.

 

“A desigualdade no mercado de trabalho é uma questão estrutural, que não se resolve de uma hora para outra. Tange, por exemplo, a divisão social do trabalho doméstico, que ainda fica muito na mão das mulheres e não as libera para investirem na carreira”, afirma a pesquisadora. “Esse dados apontam a necessidade de políticas públicas que garantam, por exemplo, mais creches e escolas em tempo integral, com horário plausível para as trabalhadoras se organizarem”.

 

Rede Brasil Atual

Publicado em 7/03/2013 -

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