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mulheres debatem enfrentamento contra as reformasCom o Auditório Antonieta de Barros lotado de mulheres (mais de 500 pessoas), a Bancada Feminina da Assembleia Legislativa realizou nesta terça-feira, 7 de março, o seminário “Os Direitos das Mulheres – na Perspectiva dos Novos Tempos”. O evento integra a agenda de comemorações ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e teve como principal atração a palestra da filósofa e escritora Márcia Tiburi.

A construção do seminário é uma contribuição que a Bancada Feminina trouxe para a organização e o empoderamento das mulheres, de acordo com a coordenadora, deputada Ana Paula Lima (PT). “Há muitos anos a gente vem discutindo o dia 8 de março, não como dia de comemoração, mas como dia de reflexão, dia de vigiar os nossos direitos para que a gente não perca mais”, frisou. A deputada convocou as mulheres a que parem as suas atividades nesta quarta-feira e vão para as ruas para fazer o debate com a sociedade sobre a perda de direitos, principalmente na previdência social. “As mulheres têm que parar, repensar o seu papel, se empoderar para isso, para que a gente não perca mais do que já perdemos nos últimos anos.”

A Secretaria de Mulheres da CUT-SC, Sueli Silvia Adriano, ressaltou a importância de dar visibilidade a pauta das mulheres trans, lésbicas e bissexuais. Além disso, Sueli trouxe o debate das Reformas que estão sendo propostas por Temer e que propõe a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.

O papo reto da Márcia Tiburi – Doutora em Filosofia e autora de vários livros, Márcia Tiburi é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colunista da Revista Cult. Ao palestrar no seminário, ela convocou as mulheres a participarem da política e falou sobre a necessidade de alterar a precariedade da representação feminina no Parlamento no Brasil. “Essa é uma das questões mais graves que a gente enfrenta no cenário nacional, o problema dos direitos que cada vez mais são aviltados, em um cenário que, a gente não pode esquecer, é um cenário de golpe, de um governo ilegítimo, que tem destruído os direitos das pessoas, sobretudo dos trabalhadores e das mulheres, que são todas trabalhadoras”.

Para aumentar a representatividade feminina, disse, é preciso estimular a participação na vida política, que é a vida pública, e também politizar a esfera doméstica. “A vida da casa também é uma vida política. A violência doméstica está relacionada à desigualdade doméstica. Então, é preciso politizar essa esfera e pensar na questão dos direitos já na vida doméstica”, ensinou.

Márcia Tiburi disse que é preciso pensar nos direitos na vida pública. “O direito de votar foi conquistado por mulheres no início do século 20 por mulheres que lutaram por isso. Hoje nós precisamos lutar pelo direito de ser votadas.” Ela incentivou que as mulheres se filiem a partidos políticos, sobretudo aos partidos que defendem a causa feminista. “A meu ver, o termo, a palavra de ordem neste momento, deveria ser ocupar. Assim como os estudantes estão ocupando, as mulheres deveriam ocupar. Ocupar os partidos, ocupar as ruas, ocupar os esFoto: Silvia Medeiros - CUT-SCpaços de poder.”

Mulheres na resistência contra as reformas – Numa mesa só com mulheres que são lideranças de movimentos sociais e sindicais, o tema abordado foi o impacto da reforma da Previdência na vida das mulheres. A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, participou do debate e falou da tripla jornada das mulheres, os salários menores que os homens e tanta desigualdade a ser enfrentada. “Ainda é sobre nós mulheres que pesa a responsabilidade principal de cuidar dos filhos e limpar a casa, somos nós que trabalhamos o dia todo fora e ainda fazemos mais trabalho  domésticos. O discurso de que temos uma expectativa de vida maior, não pode ser usado para nos explorar por mais e mais anos”.

Justina Cima, do Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina – MMC/SC, falou do impacto da Reforma da Previdência não só para as trabalhadoras e trabalhadores, mas para toda a economia dos municípios pequenos. “O maior programa de distribuição de renda no país foi o acesso das agricultoras e agricultores na aposentadoria especial. Com as novas regras propostas por Temer, teremos um número muito grande de pessoas que não terão como se aposentar e por consequência não terão dinheiro para gastar no seu consumo dentro do comércio de sua cidade”, explicou Justina.

Para todas as lideranças dos movimentos é urgente e necessária a mobilização contra essas reformas e o dia 8 de março pode ser o primeiro dia de uma jornada de lutas contra a retirada de direitos, sendo encampada pelas mulheres.

Fonte: Liseandrea Costa/Agência Alesc e Sílvia Medeiros/CUT-SC

 

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