O mês de maio de 2009 foi considerado o pior mês da década em termos de geração de empregos de carteira assinada no estado, com redução de 2.072 postos de trabalho em relação a abril, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (CAGED). O desempenho do emprego
O referido comportamento geral do emprego nos últimos meses
O fato de a crise mundial ter atingido especialmente a indústria em todo o Brasil, tem um efeito ampliado
O aumento do peso dos produtos primários na pauta de exportações catarinense é uma preocupação adicional em meio a atual crise. As exportações catarinenses aumentaram no ano passado, basicamente pelo significativo incremento das exportações de carnes de frango e miudezas, que cresceram acima de 80%. Em 2007, Pedaços e Miudezas de galo/galinha, principais itens exportados pelo estado, representavam 13,13% do valor total exportado, percentual que subiu para 15,31% em 2008. O segundo item mais vendido, Fumo, subiu de 6,10% do valor total em 2007, para 6,65% no ano passado. Enquanto isso, o terceiro item mais vendido, de maior valor agregado, os moto compressores herméticos, recuou de 5,36% em 2007, para 4,96% do valor total no ano passado.
Um aspecto relevante é o de que os subsetores que apresentaram os melhores desempenhos no emprego no período analisado – Extrativa mineral (17,72%), Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares (11,87%), Construção civil (21%), Serviços médicos, odontológicos e veterinários (12,77%), e Ensino (11,97%) – estão voltados fundamentalmente para o mercado interno. Ou seja, é o consumo interno que está garantindo bons desempenhos em alguns segmentos da indústria catarinense, fenômeno que vem ocorrendo na indústria brasileira como um todo. Esse fato reforça a idéia de que a tarefa primordial da política macroeconômica neste momento é a ampliação do mercado interno do país. O que pode ser feito sem risco inflacionário em função dos baixos níveis de utilização da capacidade instalada na indústria. Ampliar a demanda nesta conjuntura é o grande trunfo do Brasil. Neste contexto, possivelmente nenhuma política seja mais eficiente do que a redução firme dos juros, cujas condições estão dadas.
Autor: José Álvaro de Lima Cardoso – Economista e supervisor técnico do DIEESE em Santa Catarina