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Trabalhadores de todo Brasil vão ocupar as ruas e praças neste sábado (3), para dialogar com a população sobre a importância da Petrobrás na soberania nacional

Petrobras

 

A Frente Brasil Popular, uma organização criada em setembro desse ano e que aglutina diferentes correntes da esquerda brasileira, tirou como primeira ação ir às ruas defender a Petrobrás. Estão programadas diversas atividades no país (quatro em Santa Catarina), no próximo dia 03, no dia que a estatal completa 62 anos de fundação. Os movimentos sociais e sindicais vão ocupar as ruas e praças para conversar com a sociedade e mostrar a força da Petrobrás na economia brasileira e como o pré-sal pode colocar o país num outro patamar em saúde e educação.

A CUT-SC, através de suas regionais, estará realizando quatro atos no estado na manhã de sábado. Em Florianópolis, em Frente da Catedral Metropolitana, em Joinville na Praça da Bandeira, em Chapecó na Praça Coronel Bertaso e em Blumenau na escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo.

Petróleo e o mundo – Você imagina que uma empresa que tem o maior lucro em faturamento no país, que emprega mais de 86 mil trabalhadores e tem uma receita de 304 bilhões de reais ao ano, pode estar à beira da falência? É o que tentam pregar grupos entreguistas do Brasil, que diariamente, desenham um quadro negativo da Petrobrás.

Falar de uma nação com petróleo hoje, é falar de um país com autonomia e sustentação, visto que, além da produção energética oriunda do “líquido precioso”, a presença do petróleo no nosso dia a dia, vai muito além do tanque de combustível, envolve a fabricação de borrachas, plásticos, produtos de limpeza, cosméticos e até alimentos e remédios, todos utilizam o petróleo ou substâncias derivadas dele, na sua composição.

“O Petróleo é nosso” – Diferente de outras estatais do país, a Petrobrás é legitimamente brasileira e é fruto de uma construção dos brasileiros. Sempre foi uma estatal que lutou contra ataques de grupos estrangeiros, porém após a descoberta da camada do pré-sal, uma camada rica em petróleo que fica submersa no Oceano Atlântico, passou a ser “a menina dos olhos” dos especuladores estrangeiros.

Com uma expectativa de produção de 176 bilhões de barris, podendo chegar até 273 bilhões, o Brasil saltou da 15º para a 2º posição no ranking dos países com as maiores reservas de petróleo, ficando à frente da Arábia Saudita e atrás, apenas, da Venezuela. Essa descoberta gerou uma cobiça das grandes potências econômicas, que dependem diretamente do petróleo para continuar no topo da economia mundial.

Por se tratar de uma riqueza natural, finita e que pertence ao povo, o governo tomou a medida de garantir que o dinheiro dos royalties do petróleo fosse retornado ao povo, através de investimentos na educação e saúde. Com a criação, em 2008, de um fundo social, que aplica 75% dos royalties para educação e 25% para a saúde. A perspectiva é que com essa verba, entre para a educação (nos 30 anos de repasse dos royalties), 1,3 trilhão de reais, dinheiro que daria para construir 6,1 mil novas escolas técnicas por ano e 450 bilhões para a saúde, possibilitando a compra de 67 mil novas ambulâncias do Samu, por ano. São exemplos de investimentos que comprovam como o dinheiro do pré-sal é uma riqueza capaz de colocar o país em outros patamares de desenvolvimento econômico e social.

Porém, apesar dos dados positivos da maior estatal brasileira, os grandes grupos econômicos, aliados com políticos brasileiros descomprometidos com o seu povo, tentam entregar essa riqueza natural para que as empresas privadas fiquem com o lucro. Um exemplo desse “entreguismo politiqueiro” é o Senador José Serra, do PSDB de São Paulo, que deu entrada com o projeto 131/2015 que propõe mudanças das regras de exploração da reserva do pré-sal. Talvez o senador esteja cumprindo uma promessa feita quando ele ainda era candidato à presidência e que, de acordo com denúncias do Wikileaks, o senador tucano prometeu aos executivos da Chevron que iria derrubar o projeto de partilha.

A Operação Lava Jato e seus impactos na petrolífera – Desde março de 2014, a Polícia Federal deflagrou uma operação, intitulada como Lava Jato, para investigar casos de corrupção e obras superfaturadas dentro da estatal. A investigação dia após dia, escancara a corrupção dentro da petrolífera, envolvendo não só trabalhadores da empresa, mas grandes empresários da construção do país e nomes importantes da política brasileira.

“A mídia, que na sua história sempre serviu a grandes especuladores internacionais, tem utilizado dessa investigação para desestabilizar a Petrobrás e dar a ideia para a população que é uma empresa endividada e que não tem benefícios aos brasileiros”, explica José Álvaro Cardoso, economista do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos – DIEESE de Santa Catarina.

Na avaliação do trabalhador da Petrobrás e dirigente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, André Luis dos Santos, há um grande impacto da investigação Lava Jato para os trabalhadores da Petrobrás. “Para responder a população sobre os escândalos, o atual presidente da estatal paralisou todas as obras da petrolífera, cortou o investimento em tecnologia e pesquisa, sendo que esses cortes refletiram numa grande onda de desemprego nas empresas parceiras da Petrobrás”, salientou André.

Além dessa medida de austeridade, o atual presidente da Petrobrás definiu que a estatal venderia o petróleo de forma crua, o que rebaixa o preço e apenas repassa o barril para outros países. “Um dos diferenciais da Petrobrás é o investimento em novas tecnologias, com essa medida de austeridade estamos deixando de investir na integração da estatal e na logística de seus derivados”, explicou André.

Defender a nossa riqueza – “O que está em jogo é quem ficará com a riqueza do pré-sal”, destaca José Álvaro. Diante de escândalos de corrupção, crise no mercado mundial e desmandos do presidente da estatal, a Petrobrás, que agrega 10% de todo o investimento nacional, corre o risco de se tornar uma empresa privada.

A professora de Florianópolis e presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, ressalta a importância da unidade da classe trabalhadora na defesa de uma riqueza nacional. “A Petrobrás é do povo brasileiro, essa riqueza natural que tem fim, tem que ser revertida para o povo. Não vamos aceitar que assim como na colonização do nosso país, extraiam as nossas riquezas naturais e enriqueçam bolsos de grandes multinacionais! O petróleo é nosso e por ele vamos lutar!”, destacou Anna Julia.

 

Fonte: por Sílvia Medeiros/CUT SC

Publicado em 2/10/2015 - Tags: ,

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