Momento histórico e delicado no cenário nacional brasileiro, faz com que movimento dos trabalhadores avalie a realização de uma greve geral para combater as políticas neoliberais do governo golpista do Temer
Com o intuito de construir uma estrategia de forma coletiva, à CUT-SC realizou no dia 5 de julho, no Auditório da Unifacvest em Lages, a Plenária dos/a Trabalhadores/as CUTistas na Resistência Contra o Golpe e na Defesa dos Direitos.
Durante todo o dia os dirigentes sindicais puderam debater quais as principais ações que as organizações dos trabalhadores devem tomar frente à retirada de direitos. Com a presença de lideranças sindicais de várias regiões do estado, a Plenária trouxe para o debate um contexto histórico das lutas, o cenário atual no país e as formas de organização dos trabalhadores para barrar o golpe e a retirada de direitos.
No debate que deu abertura à Plenária, o professor de História, Eder Alexandre Martins, fez uma reflexão sobre o momento histórico que estamos vivendo. De acordo com ele estamos dentro de uma grande crise do capital, que deu início em 2008 e se aprofunda no Brasil nos últimos dois anos. Para Eder, além da crise econômica o nosso país passa também por uma crise política, que foi construída ao longo dos últimos anos, a fim de derrubar um governo construído dentro de uma base social. “Ao contrário do que muitos falam, o maior problema do Brasil não é a corrupção. O maior problema da sociedade brasileira é a distribuição desigual da riqueza e, toda vez que um governo sinaliza para ações que venham diminuir essa desigualdade, o resultado é um golpe de estado”, explicou Eder.
De acordo com o professor de história, o atual governo ilegítimo e golpista do Michel Temer foi implantado com um único objetivo: pôr em prática a agenda neoliberal. “Temer não tem pretensão de ser candidato à presidente, seu lugar na história é para fazer ações duras de retirada de direitos e medidas impopulares ao povo brasileiro”, explicou Eder. Para o professor é tempo de imediata reação das organizações dos trabalhadores a fim de barrar o golpe e de lutar pelos direitos duramente conquistados. “Se nós não tivermos coragem de lutar agora, depois nenhum de nós terá a chance de ser corajoso”, refletiu Eder.
Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS esteve na Plenária representando a direção da CUT Nacional e falou do papel da central na defesa dos direitos sociais. Para Claudir é necessário que o movimento sindical esteja junto com demais movimentos sociais, para que juntos possam enfrentar de forma criativa e estratégica, os constantes ataques do governo golpista para com a camada mais progressista da sociedade brasileira.
Na sua fala, o presidente gaúcho ressaltou as inovações que temos que fazer para a construção de uma grande greve geral, visto que nos dias atuais, muita coisa mudou no mundo dos trabalhadores. “Hoje não temos uma concentração de trabalhadores num único local, as fábricas reduziram o número de operários e distribuiu sua produção. Para fazermos uma greve que cause impacto e traga vitórias para à classe trabalhadora, é preciso que tenhamos muita criatividade e envolvimento com diversos atores da sociedade, que estão junto conosco nessa luta pela democracia”.
Durante os 32 anos de criação da central, sete grandes greves gerais foram mobilizadas pelas entidades CUTistas. Todas elas foram chamadas para a garantia de direitos, sendo que a maior foi realizada em 1989, em que cerca de 35 milhões de trabalhadores aderiram ao movimento com grandes manifestações nas capitais e regiões metropolitanas.
Renaldo Pereira, Secretário Geral da CUT-SC e Sueli Adriano, Secretária das Mulheres da CUT-SC, conduziram a mesa de debates de encaminhamentos, que foram apresentadas pelos dirigentes, diversas ações a ser feita nos próximos meses.
Anna Julia Rodrigues, presidente da CUT-SC, destacou que os trabalhadores têm muitos motivos para uma greve geral, mas que ela deve ser construída com todas as bases, para que cause um impacto na sociedade. “Desde que o golpista Michel Temer assumiu, ficou escrachado que o intuito dele era a retirada de direitos dos trabalhadores. Além do Projeto do PMDB, Ponte para o Futuro, existem hoje mais de 55 projetos no Congresso Nacional que propõe a retirada de direitos. Nós não vamos aceitar nenhuma retirada de direitos e vamos construir uma greve geral para enfrentar esses ataques”, salientou Anna Julia.
Fonte: Sílvia Medeiros / CUT SC