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A primeira etapa do processo de investigação sobre a morte de Salvador Allende, ex-presidente do Chile (1970-1973), vai levar de cinco a seis dias. Só depois dessa fase é que os especialistas definirão a data para a divulgação dos resultados das apurações. Depois da exumação, feita hoje (23) no mausoléu da família no Cemitério Geral de Santiago, serão feitas análises de antropologia e exames de sangue.

A equipe de peritos reúne 11 profissionais de várias áreas, como médicos, antropólogos e biológos, entre outros, sob o comando do Ministério Público e do Serviço Médico-Legal.  A ação será acompanhada pela família Allende. A retirada do caixão de Allende foi feita durante uma cerimônia nesta manhã – das 7h30 às 8h40. O caixão estava coberto pela bandeira nacional do Chile.


É a segunda vez que o corpo de Allende é exumado no Chile, a primeira foi em 1990 para receber as honras de chefe de Estado. Porém, é a primeira vez que a Justiça chilena abre um inquérito para investigar as circunstâncias da morte do ex-presidente – último chefe de Estado democraticamente eleito no país antes do golpe militar de 1973.


Para a família Allende, o ex-presidente se suicidou. “O presidente Allende decidiu pelo gesto de morrer por uma questão de coerência política”, disse a senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente. “[Apoiamos esta exumação] com a esperança de que os resultados [dos exames] acabem com todas as dúvidas.”


Na sociedade chilena há dúvidas sobre a causa da morte de Allende. Oficialmente, a informação é que ele se matou.  Allende morreu há quase 38 anos. O pedido de abertura de inquérito foi feito por Beatriz Pedrals, da Justiça Fiscal, e as investigações serão comandadas pelo representante do Ministério Público do Chile, ministro Mario Carroza.


Allende morreu em 11 de setembro de 1973, quando as forças do general Augusto Pinochet invadiram a sede do governo, o Palácio de La Moneda, onde estava o então presidente. Durante o golpe militar, a informação divulgada sobre a morte de Allende era que ele se matou com um tiro.


O caso do ex-presidente está entre 726 processos envolvendo vítimas de violação de direitos humanos durante o período militar no Chile – de 1973 a 1990. A ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet é considerada por historiadores uma das mais violentas da América Latina.


As informações são da rede estatal de televisão do país, a TVN.

Renata Giraldi / Repórter da Agência Brasil

Publicado em 23/05/2011 -

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