Fruto da “necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e politica do país para transformá-la”, nascia há 32 anos o Partido dos Trabalhadores.
Síntese de múltiplas experiências, ele reuniu na sua origem -tendo Lula à frente- sindicalistas, militantes da esquerda armada, intelectuais, integrantes das comunidades eclesiais de base da Igreja Católica e estudantes, todos motivados inicialmente por uma aspiração comum: o fim da ditadura civil-militar.
Não por outra razão, neste aniversário de 10 de fevereiro, decidimos homenagear o filiado número um do partido, Apolônio de Carvalho, que completaria agora 100 anos.
Herói da luta contra o franquismo nas Brigadas Internacionais, combatente da resistência, na França, contra o nazifascismo e opositor de duas ditaduras no Brasil (a do Estado Novo e a de 1964), o general Apolônio simboliza nosso compromisso com os ideais de democracia, liberdade e igualdade pelos quais viveu.
Ao longo deste curto período histórico, o PT ajudou a fazer democracia e a mudar a face do Brasil.
Lideramos ou participamos de campanhas memoráveis, como a das Diretas Já, a da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a do impeachment; compusemos nossas primeiras bancadas parlamentares; disputamos as primeiras eleições diretas; e inovamos nas prefeituras e nos governos estaduais com o modo petista de governar, cujos marcos são a inversão de prioridades nos investimentos públicos, a participação popular, a transparência e a gestão democrática do território.
Finalmente, após várias tentativas e muitos percalços, um sonho se materializou: em 2002, elegemos Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro operário a chegar à presidência da República.
Desde então, com a sua recondução ao posto e com a eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher presidenta do Brasil, o PT e um conjunto de partidos políticos e setores organizados da sociedade vêm promovendo uma verdadeira revolução democrática no país. Com o rompimento do modelo neoliberal, cujos efeitos nefastos se propagam hoje por quase todos os países, os governos liderados pelo PT fortaleceram o mercado interno, geraram milhões de empregos, distribuíram renda e protegeram o Brasil da crise.
A valorização do salário mínimo, o reconhecimento das centrais sindicais, a aposta no caminho do emprego, entre outros pontos da nova política, possibilitaram que parcela expressiva da população superasse a linha da pobreza.
Hoje, com significativa aprovação, a presidenta Dilma consolida e inova para atingirmos outro estágio no projeto nacional de desenvolvimento: crescer, preservar e incluir, sempre com democracia política, econômica e social.
Nesses 32 anos, o PT mudou com o Brasil. Mudou, mas não mudou de lado. Continua fiel a seus compromissos originários, de construir uma sociedade igualitária, sem exploração, sem opressão, sem qualquer tipo de discriminação ou preconceito. Para tanto, constituiu uma estrutura interna democrática, apoiada em decisões coletivas, sem mandonismo nem caciques, pautadas pela vontade majoritária das bases.
No país, há os que querem avançar e não podem e há os que podem mas não querem. Nós, do PT, temos vontade política e força organizada para tanto.
Por isso, queremos a reforma política, a reforma agrária, a democratização da comunicação, o fim do imposto sindical, a reforma do Estado. A vitória eleitoral, na campanha que se inicia, é um passo nessa direção. A mobilização social é indispensável. Afinal, há 32 anos o PT é um partido que luta pelo Brasil.
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Autor: Rui Falcão é deputado estadual (SP) e presidente nacional do PT