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Na tarde do dia 16 de dezembro, o movimento sindical CUTista de todo estado,  representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços – CONTRACS e da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Santa Catarina – FECESC, fizeram uma passeata pela cidade e conversaram com a população e com os comerciários pedindo que todos pressionem os 11 vereadores da cidade, para que votem contrário ao Projeto de Lei 174. que propõe horário livre para o comércio local.

 

Vereadores de Jaraguá do Sul estão com uma importante decisão: o trabalhador do comércio local deve ou não trabalhar aos domingos? A cidade de Jaraguá do Sul, que tem um dos maiores PIBs do estado, é uma das únicas de Santa Catarina que possui uma lei específica que sobre a abertura do comércio aos domingos. A Lei, que vigora desde 2003, foi uma conquista dos trabalhadores e limita a abertura do comércio em apenas 13 domingos durante todo o ano.

Porém, após a chegada de grandes lojas, como a Lojas Havan e o Materiais de Construção Balaroti, começou uma pressão para que Jaraguá do Sul liberasse a abertura do comércio aos domingos. Depois de conversas com donos dessas grandes redes, o vereador Jeferson Luís de Oliveira, do PSD, deu entrada ao Projeto de Lei 174.

 

Desde novembro, mês que o projeto passou a ser apreciado pela Câmara de Vereadores da cidade, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Jaraguá do Sul e Região – SEC Jaraguá tem travado uma grande batalha para que os trabalhadores do comércio local não precisem trabalhar aos domingos, dia que para muitos, é reservado ao descanso e lazer com a família.

 

A comerciária de São Miguel do Oeste e Secretária de Relações Internacionais da CONTRACS, Lucilene Binsfeld, ressalta que o fechamento do comércio aos domingos é uma bandeira de luta histórica dos trabalhadores do comércio. “Percebemos que desde que a lei nacional que autoriza a abertura do comércio aos domingos que foi instituída em 2000, não gerou mais empregos, mas sim, causou grandes danos à saúde do trabalhador que saiu do convívio familiar, social e religioso, aumentando o caso de depressão, lesão por esforço repetitivo e várias outras doenças ocupacionais”, frisou Lucilene.

 

Francisco Alano, comerciário de Criciúma e presidente da FECESC destaca que a abertura do comércio aos domingos traz um prejuízo aos trabalhadores, mas também aos pequenos comerciários da cidade. “Quem sofre são os pequenos comerciantes, pois o comércio local não tem como concorrer o que leva a falência das pequenas empresas e sofre muito mais os trabalhadores que dependem do emprego para sobreviver, mas ao trabalhar aos domingos acabam desagregando famílias e causando doenças”. Alano lamenta que vereadores que foram eleitos com o voto do povo de Jaraguá, muitos deles comerciários e donos de pequenos comércios, acabam não representando sua população e cedendo à vontades de grandes empresários votando contra a maioria da população.

 

Até o momento os trabalhadores estão conseguindo adiar a votação, com apoio de alguns vereadores que são contrários ao PL. O Sindicato pede um debate mais profundo com a sociedade jaraguaense, como a realização de Audiências Públicas. Na seção realizada na noite do dia 16, o vereador Eugênio Juraszek, do PP, pediu vistas ao projeto, porém o presidente da Câmara, Arlindo Rincos do PP, chamou uma sessão extraordinária para hoje, dia 17 de dezembro, para ver se consegue aprovar ainda esse ano o PL de liberação do comércio aos domingos. Ana Roeder, comerciária de Jaraguá do Sul e presidente do SEC Jaraguá, destacou que a pressão sofrida por alguns parlamentares por parte de grandes empresários, não pode sobressair sobre o desejo e vontade da população e dos trabalhadores do comércio. “Vamos lutar até o fim e o vereador que votar favorável a este projeto será divulgado em todos os nossos espaços de comunicação e será tratado como traidor da classe trabalhadora”, salientou Ana.

 

 

Fonte: escrito por Sílvia Medeiros/CUT/SC

Publicado em 18/12/2014 -

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