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Homenagem especial ao DIEESE
21/10/2015
Em sessão solene, o DIEESE foi homenageado pelos 60 anos de história, uma instituição de pesquisa e assessoria, que tem a pluralidade e seriedade como sua grande riqueza     O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE completa em 2015, 60 anos de fundação. Em homenagem a essa entidade formada pelo movimento sindical brasileiro e estratégica na luta da classe trabalhadora, o Deputado Estadual, o agricultor familiar Dirceu Dresch do PT, fez uma sessão solene na noite do dia 20 de outubro, no plenário da Assembleia Legislativa – Alesc em Florianópolis. Trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias, líderes sindicais e movimentos sociais, estiveram presentes e acompanharam a homenagem para a entidade. Além do DIEESE, centrais sindicais e algumas federações de trabalhadores também foram homenageados. Anna Julia Rodrigues, professora da rede estadual e presidenta da CUT-SC recebeu a homenagem representando a maior central sindical do estado e agradeceu ao DIEESE pelo trabalho prestado às entidades sindicais. “Temos o DIEESE como grande parceiro, eles são muito mais do que um departamento que faz estudos econômicos e que nos dão subsídios nas negociações, o DIEESE é uma entidade estratégica, que nos fortalece e ajuda na construção de uma sociedade igualitária”, destaca Anna. Francisco Alano, comerciário de Criciúma e presidente da Federação dos Empregados do Comércio do Estado de Santa Catarina – FECESC que é filiada à CUT, também foi um dos homenageados e falou em nome das entidades sobre a história de construção do DIEESE em Santa Catarina. Segundo o comerciário que foi o primeiro coordenador do DIEESE de Santa Catarina, foi uma fase difícil, num período de regime militar, mas que precisava ser enfrentado para o fortalecimento das entidades dos trabalhadores catarinenses. Atualmente a entidade é coordenada também por uma liderança da FECESC, o comerciário de Caçador, Ivo Castanheira que destaca como uma conquista histórica da entidade, a construção do Piso Estadual de Salários. “Conquistar um piso regional, construído por diversas centrais e federações e elevar o salário dos trabalhadores catarinenses é sem dúvida um feito histórico para o DIEESE e para as entidades sindicais do estado”, salienta Castanheira. O DIEESE nacional completa 60 anos de fundação e o DIEESE de Santa Catarina, tem um pouco mais da metade dessa idade. Com 34 anos, o DIEESE catarinense conta com 90 entidades filiadas e uma equipe de sete funcionários. “Temos uma grande riqueza que é a nossa seriedade, o que tem trazido reconhecimento inclusive por parte dos patrões. Eles podem até ser contra os dados que apresentamos, mas nunca duvidam da nossa credibilidade”, salienta José Álvaro Cardoso, economista e supervisor técnico do DIEESE/SC. Fonte: por Sílvia Medeiros /...
O significado dos 60 anos do DIEESE
21/10/2015
Por José Álvaro de Lima Cardoso, economista e supervisor técnico do DIEESE em Santa Catarina. O DIEESE completa 60 anos de existência neste ano, razão da homenagem que a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), prestou ao Departamento no dia 20 de outubro. Mas, no fundo, a sessão solene realizada pela ALESC é uma homenagem à todos os trabalhadores e trabalhadoras catarinenses. O DIEESE é uma criação do movimento sindical brasileiro, do distante ano de 1955. Se não houvessem sindicatos fortes no Brasil e em Santa Catarina, o DIEESE nem mesmo existiria. A sessão especial relativa aos 60 anos do DIEESE prestou, indiretamente, uma significativa homenagem aos trabalhadores do campo e da cidade, que diuturnamente constroem o progresso do nosso estado e do nosso país, assim como às entidades que os representam. As virtudes do DIEESE, destacadas pelos oradores da noite, no fundo se reportam às características do trabalhador e da trabalhadora mais humildes, mais explorados, cujo trabalho anônimo é muitas vezes considerado desprezível pelas elites econômicas e políticas. Como sabemos, são eles que carregam esse maravilhoso país continente nas costas. A homenagem feita ao DIEESE saudou também, mesmo sem planejar, os trabalhadores rurais, os de salário mínimo, os negros, as mulheres, a todo o povo sofrido, que é o que temos de melhor e quem dá a este país o sentido de nação. Um importante pensador, que viveu no século XIX, observou que “os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente”. Assim foi o DIEESE nestes primeiros 60 anos de vida: construído com base na vontade dos trabalhadores e nas possibilidades colocadas pelas circunstâncias históricas. O DIEESE tem que se orgulhar muito de ser criação do movimento sindical brasileiro. Isto porque, o movimento sindical, enquanto instrumento de defesa dos direitos e interesses da maioria da sociedade, especialmente dos trabalhadores, representa conquista fundamental do processo civilizatório. Sem organização dos trabalhadores via sindicatos, não disporíamos de regulamentação da jornada de trabalho, salário mínimo, seguro desemprego, sistema público de saúde e demais conquistas sociais, obtidas à duríssimas penas ao longo da história mundial do trabalho.  ...
Não temos o direito de nos iludir
28/09/2015
Por José Álvaro de Lima Cardoso, economista e supervisor técnico do DIEESE. A atual crise econômica mundial, no Brasil é superdimensionada, em função de interesses políticos, imediatos ou de longo prazo. O atual processo político brasileiro ressuscitou algumas propostas que compõem um receituário econômico categoricamente derrotado pelas urnas na última década. Nele estão propostas como a retomada das privatizações (inclusive da Petrobrás), fim da política de valorização do salário mínimo, rediscussão da estabilidade no emprego para o funcionalismo público, flexibilização da legislação trabalhista e assim por diante. Um dos alvos principais dos que propõem uma “alteração radical” na atual política econômica, são as receitas vinculadas a direitos sociais, política que adveio da Constituição de 1988, chamada de Constituição Cidadã, e forjada na contramão da onda neoliberal que varria o mundo naquela década. Para os que defendem diminuir as receitas vinculadas à direitos sociais na Constituição (por exemplo, educação e saúde) este tipo de política atrapalha a competitividade do país, encarece o custo do investimento privado e não permite a poupança no setor público. Claro, nem uma palavra sobre a dívida pública, que é o principal e maior dreno de recursos públicos. Mas juros é renda de rico, portanto “não vem ao caso” colocar em discussão. Pagar Bolsa Família significa jogar dinheiro fora, mas a “Bolsa Banqueiro” é perfeitamente justificável. Há uma visão por trás das propostas de privatização, de fim da “rigidez orçamentária”, de fim da estabilidade do funcionalismo público, e outras, de que o problema do país é o Estado brasileiro. Para essa concepção se diminuir o tamanho do Estado, as coisas começam a melhorar. O fato é que esta concepção é um tremendo contrassenso. Os avanços sociais que o Brasil apresentou nos últimos anos vieram, principalmente, através das ações articuladas e encaminhadas pelo Estado brasileiro. A redução da desigualdade, a inclusão social e o combate à fome, só para citar alguns, são efeitos da ação estatal organizada e perseverante. Alguém pode supor que o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome da ONU em 2014, um dos acontecimentos mais importantes das últimas décadas, por ação e virtudes do mercado? Somente o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) um dos instrumentos utilizados para combater a fome no Brasil, possibilita servir diariamente refeições a 43 milhões de estudantes da educação básica. Não se trata uma ação eventual, e sim de ações diárias, que não podem falhar, que possibilitam servir um número de refeições equivalente à população da Argentina. Esta é uma entre milhares de ações permanentes, que possibilitou que o Brasil reduzisse em 75% a pobreza extrema entre 2001 e 2012 e diminuísse o percentual dos brasileiros que passam fome de 14,8% para 1,7% da população, no mesmo período. Perceber...
O caminho indicado pelo imperialismo não interessa aos trabalhadores brasileiros
15/09/2015
Por Francisco Alano, Presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina. A agência norte-americana de risco Standard & Poor’s (S&P), a mesma que avaliou em 2008 como excelentes os títulos hipotecários dos Estados Unidos, às vésperas dos mesmos se tornarem podres e empurrarem o mundo para a maior crise capitalista desde 1929, na data de ontem (09/09) rebaixou a nota de crédito da economia brasileira. Tal fato gerou mais um grande ataque midiático aos interesses dos trabalhadores, reforçando a política econômica equivocada que vem sendo implementada pelo Ministro Joaquim Levy no comando da política econômica do país. É preciso deixar claro o primeiro fato relevante de todo este teatro armado com maestria pelos interesses do capital internacional: a agência S&P não tem absolutamente nenhuma credibilidade para avaliar a economia de um país grandioso e soberano como o Brasil. Todas as agências de risco do mundo, majoritariamente situadas nos EUA, estão completamente comprometidas com a política imperialista, que vem jogando todo o planeta em uma grande crise humanitária. Desta forma, o rebaixamento da nota de risco, como bem afirmou o senador Roberto Requião, é uma grande chantagem dos interesses imperialistas contra o povo brasileiro. Chantagem esta que tem objetivo claro: aprofundar ainda mais o ajuste fiscal, garantindo a política de superávit primário e, por sua vez, o pagamento ininterrupto de juros e amortizações para os detentores da dívida, os grandes capitalistas nacionais e internacionais. Já outra parte do ajuste, o corte nas despesas públicas propagado irresponsavelmente pela grande mídia, já tem direcionamento praticamente certo. Programas sociais, direitos previdenciários dos trabalhadores e, por fim e objeto de cobiça dos grandes capitalistas, a volta das destrutivas privatizações, utilizadas com a desculpa esfarrapada de recompor o caixa do governo. Tudo isso ocorre sem enfrentar o tema do endividamento público e dos juros astronômicos da economia brasileira (permanentemente entre os maiores do mundo). Estes já representam 8% do PIB nacional, corroeram 47% do orçamento federal de 2014 e não param de crescer, podendo fechar 2015 ainda mais próximo dos 50%. Ou seja, qualquer ajuste fiscal sério no Brasil, necessariamente precisa enfrentar a sangria financeira e os interesses que se articulam em torno dela, como a da desprezível agência de risco S&P. As ações desde que assumiu o ministério e o elogio feito recentemente por Levy à política econômica do governo espanhol – que conduziu o país para um desemprego estrutural de mais de 25% – apontam claramente a direção ao qual o poderoso Ministro quer conduzir o Brasil. Elevada taxa de desemprego, redução de direitos trabalhistas, privatizações e todo o restante do pacote neoliberal dos anos 90, velho conhecido dos trabalhadores, voltam passo a passo para o centro do debate,...

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