27/04/2017
Parar a produção e mostrar a insatisfação com os projetos do governo Temer, esses são um dos principais objetivos da mobilização que começa à zero hora do dia 28 de abril e para somente na noite de sexta-feira. Organizados pelas sete centrais sindicais presente em Santa Catarina, os representantes dos trabalhadores ressaltam que a adesão da greve está muito além da expectativa dos organizadores. Para Anna Julia Rodrigues, presidenta da CUT-SC esse apoio se dá pela violência que são as reformas do presidente Temer. “Apesar de sermos diariamente criminalizado pelos meios de comunicação e a mídia não explica detalhes dos riscos que são essas reformas, o povo está entendendo e está vindo junto lutar contra as reformas”. Segundo Anna Julia, o propósito desse dia de paralisação não é realizar grandes atos, mas parar a produção e mostrar que só a luta nas ruas para garantir que direitos históricos como férias, décimo e aposentadoria, não sejam arrancados dos trabalhadores. “Já tentamos dialogar de todas as formas que esses projetos vão prejudicar drasticamente os brasileiros e brasileiras, porém alguns políticos ignoram totalmente esse aviso e votam de acordo com seus patrocinadores. Eles precisam respeitar os trabalhadores e trabalhadoras, precisam ver do que somos capazes quando estamos unidos”. Algumas categorias já realizaram assembleias e aprovaram paralisação no dia 28 de abril, outras estão juntas na construção da greve geral. Em Santa Catarina a adesão será dos seguintes trabalhadores: Servidores Públicos Municipais Servidor Público Estadual Professores da Rede Pública estadual Servidor Público Federal Professores da rede privada de ensino Trabalhadores da rede privada de saúde Policiais Civis da região de Criciúma Metalúrgicos Bancários Comerciários Agricultores Familiares Trabalhadores do transporte público Trabalhadores dos Institutos federais Psicólogos Eletricitários Auditores Fiscais Professores e funcionários da universidade federal Trabalhadores no judiciário estadual e nacional Trabalhadores no serviço de limpeza e coleta de lixo da capital (COMCAP) Trabalhadores na Indústria da Alimentação Trabalhadores na Indústria dos Papéis Fonte: por Sílvia Medeiros / CUT SC...17/04/2017
O dia 17 de abril de 2016 entrará para a história como uma data controversa. Foi naquele domingo que a Câmara dos Deputados votou pelo prosseguimento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), eleita em 2014 com 54,5 milhões de votos. Encorajado por uma série de manifestações populares fomentadas pela mídia tradicional, o plenário aprovou “por Deus, pela pátria e pela família”, o encaminhamento do processo para o Senado, após nove horas e 47 minutos de sessão. O motivo principal, mais que o suposto crime de responsabilidade do qual Dilma foi acusada, era levar ao poder um governo que aplicasse um pacote de retrocessos que jamais seria aprovado nas urnas, como defendem movimentos sociais e analistas. Pelas acusações, Dilma teria cometido crime de responsabilidade por ter assinado decretos de créditos suplementares e cometido as chamadas “pedaladas fiscais”. O debate foi árduo, visto que as práticas foram utilizadas por governos anteriores, bem como por diferentes estados. Argumentos à parte, naquele 17 de abril os tais “crimes” foram pouco citados durante a sessão. O pedido de impeachment foi elaborado pelos juristas Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr, que foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, e Hélio Bicudo, que chegou a ser vice-prefeito de São Paulo no governo de Marta Suplicy (do PT, entre 2001 e 2005). “Eu acho que a saída da Dilma não vai gerar trauma algum. As pessoas vão respirar fundo, dizendo: ‘Puxa, saiu'”, previu Bicudo em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em setembro do ano passado. “Mais do que parar para refletir sobre o impeachment, que tem motivos de sobra, queremos servir a uma cobra? Nós somos muitos migueis, muitas janainas, não vamos deixar essa cobra dominando porque somos seres de almas livres”, disse Janaina durante uma aula pública na Faculdade de Direito da USP, no início de abril. “Não vamos abaixar a cabeça. Desde pequenininha que meu pai me diz ‘Janaína, Deus não dá asa para cobra’. E eu digo: ‘Pai, às vezes, a cobra cria asa. Mas Deus manda uma legião para acabar com a cobra’. Acabou a República da cobra! Fora PT, fora jararaca”, bradou, em menção a um discurso de Lula feito após sua condução coercitiva pela Lava Jato. Se o discurso de Janaína foi visto por muitos como parte de uma performance exaltada, era fato que também traduzia o ódio que cegava alguns dos opositores do governo Dilma. O documento do qual ela havia sido uma das signatárias foi entregue à Câmara em setembro de 2015. Antes disso, 30 pedidos já haviam sido protocolados na Casa e considerados insuficientes para abertura do processo. No dia 2 de dezembro de 2015, Cunha acolheu o pedido um dia...13/04/2017
Dia 28 de abril trabalhadores brasileiros protagonizarão mais um marco na história de luta pelos seus direitos, greve geral na defesa da aposentadoria, contra a terceirização e contra a retirada de direitos Não tenho os percentuais, mas acredito que a maioria dos trabalhadores brasileiros de hoje nunca passou pela experiência de uma Greve Geral. Talvez não entendam o sentido e a importância de participar de um movimento que é sempre histórico e extremamente incômodo para as classes dominantes. Uma Greve Geral não é chamada “a torto e a direito”. Só é convocada em momentos em que a Classe Trabalhadora sente-se extremamente ameaçada em seus direitos. É quando o grupo que está no comando do governo veta toda e qualquer participação popular em sua tomada de decisões. É quando o governo se faz de surdo por não querer ouvir a voz das ruas. É quando interesses estranhos à nação brasileira tomam conta da cabeça dos políticos. Por esses contornos é que uma Greve Geral é sempre uma Greve Política, pois sempre almeja que os interesses da maioria da população prevaleçam na tomada das decisões políticas dos governos. Portanto, Greve Geral é diferente de greve de categoria, que costumeiramente luta por melhorias salariais. Greve Geral é greve de gente que luta hoje para que as gerações que virão tenham um futuro com dignidade. Nas leis da natureza a semente maltratada de hoje não dará um bom fruto amanhã. O mesmo vale para a conjuntura política: se esta geração de trabalhadores acanhar-se, curvar-se, humilhar-se ante as medonhas reformas do governo ilegítimo de Temer (PMDB) que qualidade terá o amanhã dos que virão? Eu respondo: a qualidade de um emprego de terceira, com salários ínfimos e aposentadoria aos 65 anos. Ao longo da história brasileira tivemos apenas oito greves gerais se contarmos a Greve de 1917 que paralisou a capital paulista por vários dias. Todas os chamamentos posteriores aconteceram a partir de 1983, período marcado pelo renascimento e fortalecimento do movimento sindical brasileiro. Em 1917 os trabalhadores paulistas se ergueram contra as péssimas condições sociais e econômicas a que eram submetidos. Lutaram por melhores condições de trabalho, contra o trabalho infantil e pela melhoria dos salários. A partir da década de 80, as greves gerais foram chamadas para a defesa dos interesses dos trabalhadores nos diversos planos econômicos, que invariavelmente provocavam algum arrocho salarial. Já no terceiro milênio o 28 de abril será a primeira vez que a chamada classe produtiva vai organizadamente manifestar-se contra o governo federal e contra todos os que lhe dão sustentação. Isso se dará não por um posicionamento político-partidário, mas por defesa de seus direitos que estão sendo aviltados. A omissão de qualquer cidadão trabalhador nesse momento pode...10/04/2017
Por Ivo Castanheira – Coordenador sindical do Dieese e diretor da FECESC Estamos vivendo um momento difícil, sem perspectiva de ampliar ou manter direitos trabalhistas que conseguimos ao longo de anos, com muito sacrifício. O atual presidente Michel Temer, aliado com uma grande parcela dos empresários, ampla maioria dos deputados federais e senadores, votam projetos de leis e emendas constitucionais que tiram direitos dos trabalhadores. Por outro lado, os projetos apresentados não reduzem as grandes aposentadorias e não mexem nas grandes fortunas, deixando a conta somente para os trabalhadores pagar. Na Reforma da Previdência, querem instituir 65 anos como idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres e desvincular o reajuste dos benefícios da previdência ao salário mínimo. Se esta proposta for aprovada, para conseguir se aposentar com o teto máximo precisaremos contribuir por 49 anos. Isso significa que dificilmente vamos conseguir nos aposentar, vamos pagar a vida inteira e não vamos usufruir de nada do que contribuímos para a Previdência. A Reforma Trabalhista deste governo também segue o objetivo principal de retirada dos direitos dos trabalhadores. Já foi aprovada a Lei da Terceirização, tanto para o setor privado quanto para o serviço público. Aprovada no final do mês de março por ampla maioria dos deputados federais, a Terceirização foi sancionada por Temer. Na prática, reduz o nosso salário, dificulta a cobrança de direitos como férias, 13º salário e FGTS, enfraquece os sindicatos e não facilita a criação de novos empregos. Outro projeto que tramita no Congresso Nacional, que foi arquivado pelo Governo Lula em 2003 e desengavetado agora, é o que trata do Negociado sobre o Legislado. Significa que podemos negociar abaixo do que prevê a Lei, tudo pode ser negociado, 13° salário, férias, hora extra, jornada de trabalho, etc. Todas as propostas de reformas para tirar nossos direitos que Temer está encaminhando têm apoio de ampla maioria entre os 513 deputados federais e 82 senadores. Precisamos nos mobilizar e pressionar não somente deputados e senadores catarinenses, mas também nossos deputados estaduais e os vereadores de cada uma de nossas cidades, porque o resultado nefasto destas medidas será sentido em nosso estado e municípios, onde a economia local irá minguar. E, estes políticos virão pedir votos no ano que vem. Será que os deputados e senadores que votarem contra os trabalhadores terão coragem em 2018 de pedir nossos votos? O movimento sindical tem o dever de informar o nome e o partido de todos os que votarem para tirar nossos direitos. Eles não passarão! ...04/04/2017
Ao chegar no hall de entrada da Assembleia Legislativa de Santa Catarina – Alesc, já dava para perceber que algo diferente acontecia. O tapete vermelho da assembleia foi ocupado por trabalhadores e trabalhadoras de Santa Catarina que vieram acompanhar a Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, que tratou sobre a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista e aconteceu durante toda a manhã do dia 3 de abril. O debate lotou o Plenário Osni Régis e mais as galerias da casa legislativa, os trabalhadores e trabalhadoras que foram acompanhar a audiência, transmitido ao vivo pela TV Alesc, também puderam assistir através de um telão instalado no hall de entrada. A audiência foi conduzida pelo senador Paulo Paim do PT do Rio Grande do Sul e participaram da mesa os deputados estaduais Ana Paula Lima, Luciane Carminatti, Neodi Saretta, Padre Pedro e Dirceu Dresch todos do PT, e também os deputados federais petistas Pedro Uczai e Décio Lima que já se posicionaram contra as reformas trabalhista e da previdência. Para o senador Paulo Paim, só a mobilização dos trabalhadores vai conseguir barrar os projetos que retiram direitos e tramitam no Congresso Nacional. Segundo o parlamentar o governo de Michel Temer é covarde e não ataca o problema da previdência, mas destrói uma importante ferramenta de distribuição de renda do país. “As desculpas para fazer a reforma não são verdadeiras, se tivessem preocupação em garantir a aposentadoria ao povo, cobraria das empresas que descontam da folha de pagamento do trabalhador e não pagam ao governo. Só nesses últimos quatro anos, foram mais de 100 bilhões de reais sonegados dessa forma”, salienta Paim. O senador também destacou a importância da mobilização dos trabalhadores para pressionar os deputados e senadores pelo voto contrário as reformas. “Eles estão percebendo que o povo brasileiro está dizendo não a estas reformas, agora é fortalecer e não deixar nenhuma retirada de direitos passar”. Para Anna Julia Rodrigues, presidenta da CUT-SC a classe trabalhadora não pode permitir que um governo destrua todos os direitos. “Precisamos para o Brasil no dia 28 de abril, é dia de greve geral e dia de mostrar quem são os verdadeiros produtores da riqueza deste país”. A presidenta da CUT catarinense provoca a união de todas as entidades sindicais e incentiva para que os trabalhadores continuem unidos contra a retirada de direitos. Fonte: Sílvia Medeiros / CUTSC ...Siga-nos
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