Qualificar e potencializar a TV Floripa como ferramenta do movimento social e sindical de Santa Catarina, esse foi um dos objetivos do Seminário TV Floripa em Foco que aconteceu no dia 14 de setembro, no auditório Rosa Luxemburgo do Sintrasem, em Florianópolis.
O evento realizado pelo Comitê da Democratização da Comunicação de Santa Catarina – CDC-SC contou com a participação de lideranças do movimento social e sindical do estado, de jornalistas da cidade e também de blogueiros que realizam uma comunicação independente na região.
Para aprofundar o debate sobre a influência da TV na vida dos trabalhadores, o repórter da Record e sócio fundador do blog Viomundo, Luiz Carlos Azenha, trouxe informações sobre os desafios do novo formato da televisão para atrair o interesse do público, que com o passar dos anos, tem mudado o seu perfil , visto os avanços e imediatismo da internet.
Para Azenha, no atual momento que o país está passando com golpe de estado e tentativa de retirada de direitos, é de grande importância que os meios de comunicação que estão nas mãos da classe trabalhadora se fortaleçam. “A TV Floripa precisa se tornar uma ferramenta relevante para a sociedade. É hora de se articular e reunir quem quer construir um estado democrático e de direito”, destaca o jornalista.
O jornalista e diretor da Televisão dos Trabalhadores – TVT, Paulo Salvador, trouxe para o debate a realidade da única televisão aberta que é sustentada pelo movimento sindical e que possui uma linha editorial autônoma e de abordagem de temas do mundo do trabalho. Salvador apresentou os dados de financiamento e a importância do convencimento político sobre o papel da comunicação na consciência de classe.
O diretor comentou a necessidade de dialogarmos com grande parte do público que não vê sua linha de pensamento representada pelos meios de comunicação tradicionais, além disso, Salvador falou que existem três grandes eixos que tratam sobre a democratização da comunicação. “O primeiro é a denúncia da mídia manipuladora, o segundo é a luta pela regulamentação dos artigos da constituição que tratam da comunicação e o terceiro é a luta do fazer, construir estruturas mínimas para disputar espaço e opinião”, explica.
Após as mesas de debates os trabalhadores da TV Floripa apresentaram o histórico da TV e seu financiamento. A TV comunitária é a única que tem no seu quadro de sócios fundadores entidades sindicais. Wolney Chucre, coordenador da TV Floripa e também Secretaria Geral do CDC-SC, destaca que é necessário que os movimentos da capital e do estado lutem pela sobrevivência da TV Floripa, um espaço de grande importância na disputa da sociedade e que atualmente está nas mãos dos trabalhadores.
Os participantes do seminário apresentaram várias sugestões de encaminhamentos que depois serão avaliadas pelos membros da Associação da TV Floripa. A coordenadora do CDC-SC, Adriana Maria Antunes de Souza, avalia que o espaço foi produtivo, pois de forma conjunta diversos atores e atrizes da sociedade puderam dar sua sugestão de construção de uma TV Floripa que seja referência nas notícias da classe trabalhadora.
Fonte: Sílvia Medeiros / CUT SC