Sondagem realizada neste mês de janeiro indica que 54,7 % dos venezuelanos avalia como bom ou muito bom o governo do presidente Hugo Chávez, assegurou Jesse Chacón, diretor do instituto de pesquisas Gis XXI. O percentual representa uma alta de 17 pontos em comparação com 2009-2010, período em que ocorreu a crise energética, resultado de uma prolongada seca que fez descer o nível da água na principal hidroelétrica do país.
Segundo Chacón, o incremento do respaldo de Chávez está vinculado ao tratamento dado à situação dos atingidos pelas chuvas registradas no final de dezembro de 2010. Cerca de 30% da população foi atingida.
Os entrevistados consideram positiva a atuação do chefe de Estado. Também opinam que o governo não é responsável pela crise gerada no país, e, sim, a mudança climática.
A maioria do participantes da pesquisa – 80,2% – considera boa a atuação e dinâmica das diversas instituições estatais frente à tragédia. Já 74,2% dos interrogados aplaude a atenção aos atingidos nos diversos centros de abrigo instalados em instituições militares, hotéis, escolas, entre outros espaços.
O diretor do instituto Gis XXI, contudo, adverte que à medida em que avance o tempo, esses albergues – em que vivem dezenas de pessoas – começarão a apresentar problemas. "Agora a atenção sistemática nos albergues passa a outra etapa", destacou.
Outra parte da pesquisa refere-se ao tema da presença dos opositores na Assembleia Nacional (AN). Nesse sentido, 61,3 % dos interrogados pensa que o agrupamento político mais favorecido é o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).
Apenas 26,1% apoiaram o desempenho dos deputados da oposição, contra 36,1% que respaldaran o trabalho dos parlamentares do PSUV.
A maioria dos venezuelanos espera que a Assembleia seja o espaço de debate para a solução dos problemas no território nacional, sobretudo das questões relacionadas com a segurança, o desemprego, a inflação, os serviços públicos e as estradas.
Entre os principais inconvenientes, aflorou o tema da moradia, mas diante dos planos impulsionados pelo governo para a construção de 350 mil lares, 60% demonstrou confiança.
Os entrevistados cotaram também problemas da segurança, ainda que já se comece a apreciar o impacto da criação das novas forças policiais. O governo bolivariano conseguiu reduzir em 60 % o índice de delitos, que, ao contrário do que manifestam os opositores, não explodiu nos anos 2000 mas na década de 1990.
A Venezuela apresenta o nível de incongruência mais alto de América Latina: a vitimização está em 27%, enquanto a percepção da delinquência localiza-se em 64%.
Prensa Latina